Viana do Castelo - Portugal
Conhecida por ser a "Meca" do folclore lusitano, situada no norte do país e sendo a capital do distrito de mesmo nome. Rica em história e cultura, recebe milhares de visitantes em suas festas típicas a cada ano. Hoje, o Just Travel irá contar um pouco mais sobre a história de Viana do Castelo, a capital do folclore de Portugal, na região do Alto Minho. Estão prontos para viajar conosco novamente? Então vamos lá!
Viana do Castelo situa-se no norte de Portugal, na região do Alto Minho |
História
A ocupação humana da região de Viana remonta ao Mesolítico, conforme o testemunham inúmeros achados arqueológicos (anteriores à cidadela pré-romana) no Monte de Santa Luzia.
A povoação de Viana recebera Carta de Foral de Afonso III de Portugal em 18 de julho de 1258, tendo passado a chamar-se Viana da Foz do Lima. Devido à prosperidade desde então adquirida, Viana tornou-se num importante entreposto comercial, vindo a ser edificada uma torre defensiva (a Torre da Roqueta) com a função de repelir piratas oriundos da Galiza e do Norte de África, os quais procuravam por este porto.
Os "Caminhos de Ferro" portugueses: Foi durante o reinado da D. Maria II que se mandou construir a Linha do Minho, que trouxe o primeiro trem à Viana
O próspero comércio marítimo com o norte da Europa envolvia a exportação de vinhos, fruta e sal, e a importação de talheres, tecidos, tapeçarias e vidro. O espírito comercial de Viana alcançou tais proporções que a rainha Maria II de Portugal concedera alvará à extinta Associação Comercial de Viana do Castelo em 1852. A mesma soberana — para recompensar a lealdade da população de Viana, que não se rendera às forças do conde das Antas (1847) — decidira elevar a vila à categoria de cidade com o nome de Viana do Castelo (20 de janeiro de 1848). No século XX, tornou-se num dos principais portos portugueses da pesca do bacalhau.
Geografia e Clima
Administrativamente, Viana do Castelo é dividida em 27 freguesias. São elas:
- Afife
- Alvarães
- Amonde
- Anha
- Areosa
- Barroselas e Carvoeiro
- Cardielos e Serreleis
- Carreço
- Castelo do Neiva
- Chafé
- Darque
- Freixeiro de Soutelo
- Geraz do Lima (Santa Maria, Santa Leocádia e Moreira e Deão)
- Lanheses
- Mazarefes e Vila Fria
- Montaria
- Mujães
- Nogueira, Meixedo e Vilar de Murteda
- Outeiro
- Perre
- Santa Marta de Portuzelo
- São Romão de Neiva
- Subportela, Deocriste e Portela Susã
- Torre e Vila Mou
- Viana do Castelo (Santa Maria Maior, Monserrate) e Meadela
- Vila de Punhe
- Vila Franca
Viana do Castelo possui um clima mediterrânico do tipo Csb, ou seja, com verões amenos. Dias com mais de 30ºC ocorrem com relativa raridade, cerca de 20 por ano em média, e os verões são relativamente secos, mas dos mais chuvosos de Portugal continental. Os invernos são amenos e muito chuvosos, sendo que dias abaixo de 0ºC ocorrem com raridade, cerca de 10 por ano.
A histórica Praça da República, coberta pela neve no inverno lusitano |
Patrimônio
Na cidade — que cresceu ao longo do rio Lima — podem ser observados os estilos renascentista, manuelino, barroco e Art Déco. Na malha urbana destaca-se o centro histórico, que forma um círculo delimitado pelos vestígios das antigas muralhas. Aqui cruzam-se becos com artérias maiores viradas para o rio Lima, e destacam-se a antiga Igreja Matriz (catedral desde 1977), que remonta ao século XV, a Capela da Misericórdia (século XVI), a Capela das Almas, e o edifício da antiga Câmara Municipal, na Praça da República (antiga Praça da Rainha), com uma fonte em granito — com uma bacia de casal e tanque — construída por Inês Lopes, a Velha e terminada pelo seu filho João Lopes, Filho em 1559.
Fora do centro da cidade — em posição dominante no alto do Monte de Santa Luzia — destaca-se a Igreja do Sagrado Coração de Jesus ou de Santa Luzia, cuja construção fora iniciada em 1903 e inspirada na Basílica de Sacré Cœur em Paris, de onde se descortina uma ampla vista sobre a cidade, o estuário do rio Lima e o mar.
Santuário de Santa Luzia: sua construção durou 55 anos, de 1904 até 1959 e é um dos maiores pontos turísticos da região do Alto Minho |
A Rica Cultura de Viana, a capital do folclore de Portugal
O ciclo de festas no município começa no mês de março, com as Festas de Nossa Senhora das Boas Novas, em Mazarefes. Entretanto, o seu ponto alto é a tradicional "Romaria em Honra de Nossa Senhora da Agonia", que decorre em pleno Verão, em torno do dia 20 de agosto, feriado no concelho. A Romaria d’Agonia junta-se à história da Capela de Nossa Senhora da Agonia. Data de 1674 a história da capela em honra da padroeira dos pescadores. Na altura, foi edificada uma capela em invocação primitiva ao Bom Jesus do Santo Sepulcro do Calvário e, um pouco acima, uma capelinha devota a Nossa Senhora da Conceição.
Romaria de Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo. Na imagem, as "raparigas" vestem o traje de luxo do Minho |
Hoje, o nome da santa está associado à rainha das romarias e às múltiplas tradições da maior festa popular de Portugal: a romaria em honra de Nossa Senhora da Agonia, nascida em 1772 da devoção dos homens do mar vindos da Galiza e de todo o litoral português para as celebrações religiosas e pagãs, que ainda hoje são repetidas anualmente na semana do dia 20 de agosto, feriado municipal. A Romaria d’Agonia recebeu em 2013 a Declaração de Interesse para o Turismo.
Traje de Mordoma na Romaria de Nossa Senhora da Agonia |
A VIANAfestas — associação promotora das festas da cidade — integra a Câmara Municipal, a Comissão Regional de Turismo, a Associação Empresarial e a Associação de Grupos Folclóricos, organizando a Romaria da Senhora d'Agonia, o Festival de Folclore Internacional do Alto Minho, a Feira Medieval e outros eventos integrados no programa de animação cultural e turística da cidade.
A Origem do nome
Conta uma das muitas lendas locais que o nome da cidade deve-se a uma "estória" sobre uma linda rapariga chamada Ana que vivia no território que atualmente integra a cidade, mais precisamente num castelo feito de pedra. Este era um castelo grande, famoso e admirado por muita gente, que por este costumava passar para poder observá-lo.
Quando por este passavam, algumas pessoas começaram a reparar que uma princesa por vezes aparecia numa das janelas do castelo; uma linda rapariga de longos cabelos louros, com duas tranças, faces rosadas e olhos claros — a princesa Ana. Contudo, esta princesa também era extremamente tímida, razão pela qual ela escondia-se do olhar das pessoas que passavam para contemplar o castelo. Um dia esta princesa apaixonou-se por um rapaz que vivia no outro lado do rio, o qual também gostava muito dela. Ele ficava tão contente por vê-la que — sempre que voltava à outra margem — dizia contente: “VI A ANA! VI A ANA DO CASTELO!”. Ele repetiu-o tantas vezes que passaram a chamar “Viana do Castelo” a cidade onde a princesa morava.
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