Sofia - Bulgária

É uma das capitais mais antigas da Europa. Sua história remonta ao Século VIII a.C., quando os trácios estabeleceram um assentamento na região. Sófia teve vários nomes em diferentes períodos de sua existência, e hoje em dia pode-se ver remanescentes da milenária história da cidade ao lado dos atrativos turísticos modernos. É a terceira capital europeia mais antiga, pois é habitada desde tempos muitos remotos e possui uma história de mais de 7000 anos. Hoje, o Just Travel vai falar sobre Sofia, a capital da Bulgária. Prontos para mais uma viagem? Vamos nessa!

Sofia é uma das capitais mais antigas da Europa

HISTÓRIA

No lugar de um antigo assentamento neolítico, ao redor de algumas fontes termais, no século VIII a.C., foi fundada uma cidade trácia, chamada Sérdica ou Sardica (Σερδική, Σαρδική), devido a tribo trácia dos Serdi. Este nome é popular nas fontes em latim, grego antigo e grego bizantino da antiguidade até a idade média.

Durante um curto período do século IV a.C., a cidade foi possessão de Filipe II da Macedônia e seu filho Alexandre, o Grande.

A cidade foi conquistada por Roma no ano 29. Quando o imperador Diocleciano dividiu a província da Dácia em duas (Dacia Ripensis às margens do rio Danúbio e Dacia Mediterranea), Sérdica se tornou a capital da Dacia Mediterrânea.

A Igreja de São Jorge encontra-se entre os templos cristãos mais antígos da Península Balcânica, data do século IV.
Foi destruída pelos hunos em 447. A cidade foi reconstruída pelo imperador bizantino Justiniano e renomeada para Triaditsa. A partir do século VI, a cidade renasce como um centro administrativo e econômico importante do Império Bizantino. Foi conhecida como Sredets pelos eslavos, nome que permaneceu após a invasão dos búlgaros em 809. Passou a se chamar Sofia em 1376. Sofia foi o nome de uma mártir cristã que foi obrigada a presenciar a tortura e morte de suas três filhas por ordens do imperador romano Adriano, no início do século II.

Em 1382, durante o reinado de Murad I, Sofia foi conquistada pelo Império Otomano e se tornou a capital da província turca de Rumélia durante mais de 4 séculos. Isto mudou o aspecto de Sofia, transformando-a numa cidade Oriental com muitas mesquitas, fontes e numerosos banhos turcos (hammam). Nesta época, a cidade passou de uma população em torno de 7000 habitantes a uma população de 55 mil habitantes, em meados do século XVII.

Nas últimas etapas do domínio otomano, a agitação nacionalista aumentou, o que, finalmente, concedeu ao território uma certa autonomia no Império otomano, mantendo a cidade de Sofia como capital. Foi conquistada mais tarde pelos russos em 1878, durante a Guerra russo-turca, na qual os russos intervieram em favor da independência da Bulgária, passando a ser a capital de uma Bulgária independente em 1879.

Em 16 de abril de 1925, membros do Partido Comunista Búlgaro executaram o atentado na Catedral de Sveta-Nedelya, durante os funerais do general Konstantin Georgiev, que havia sido assassinado dois dias antes pelos bolcheviques. A cúpula principal caiu sobre os presentes, matando 128 pessoas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, devido a aliança da Bulgária com o Terceiro Reich, a cidade foi objeto de bombardeios aéreos por parte dos aviões britânicos e americanos. Posteriormente, com a mudança do curso da guerra contra o Wehrmacht, o Exército Vermelho soviético entrou na Bulgária e Sofia em 1944, enquanto acontecia uma mudança de governo, passando a Bulgária a unir-se aos Aliados, contra sua antiga aliada, a Alemanha nazista.

Após o final da guerra, foi criada a República Popular da Bulgária de tendências comunistas, tendo como presidente Georgi Dimitrov.

Em 1992, o dia 17 de setembro foi declarado o Dia de Sófia, por ser esta a data cristã de Santa Sofia, a Mártir.

GEOGRAFIA E CLIMA

O desenvolvimento de Sofia como um assentamento significativo se deve em grande parte a sua posição central nos Balcãs. Está situada a oeste da Bulgária, aos pés do Monte Vitosha, no Vale de Sófia que está rodeado por montanhas em todas as direções. O vale é o maior do país com uma área de 1186 km² e uma altitude média de 550 metros. Três passos de montanha conduzem a cidade, e tem sido rotas chaves desde a antiguidade, conectando o Mar Adriático e a Europa Central com os mares Negro e Egeu.

Alguns rios cortam a cidade, incluindo o Vladayae o Perlovska. O rio Iskar, em seu curso superior, corre pelo leste de Sofia. A cidade é conhecida por seus numerosos mananciais e águas termais. No século passado, foram construídas barragens e lagos artificiais.

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Neve em um parque de Sofia

Está localizada 150 km a noroeste de Plovdiv, a segunda maior cidade da Bulgária, 390 km a oeste de Burgas e 472 km a oeste de Varna, as maiores cidades portuárias do país na costa búlgara do Mar Negro. A cidade está situada a menos de 200 km das fronteiras com três países: a 55 km de Kalotina na fronteira sérvia, a 113 km de Gyueshevo na fronteira com a República da Macedônia e a 183 km da fronteira grega em Kulata.

Sofia possui um clima continental moderado com altas variações de temperatura. O mês mais quente é agosto e o mais frio é janeiro. Até 1936, a temperatura anual média era de +10,0 ℃ e a partir de então aumentou 0,5 ℃. A cidade recebe cerca de 600 milímetros anuais de precipitações, a maior parte no verão e a menor no inverno. Sofia geralmente é menos quente no verão que outras partes de Bulgária, devido a grande altitude do vale onde se situa, embora, às vezes, a temperatura pode chegar aos 40℃.

ECONOMIA

Sofia é o centro da vida econômica búlgara. O setor industrial da economia, representado por mais de 800 grandes fábricas e centros de produção, inclui produtos metalúrgicos (75% da produção total do país), têxteis, artigos de couro e borracha, gráficos (50% da produção nacional) e artigos eletrônicos. Sofia também é o centro financeiro do país, é a sede do Banco Nacional da Bulgária, da Bolsa da Bulgária, assim como dos maiores bancos comerciais do país (tais como Bulbank, DSK Bank e o United Bulgarian Bank). A construção, comércio e transporte são outros setores importantes da economia local. Sofia tem atraído a atenção como um ponto de subcontratação para as multinacionais da Europa Ocidental e América. Sófia também é a sede de importantes companhias nacionais e internacionais que operam na Bulgária e na Europa Oriental.

Sede da companha DZI, no centro da capital búlgara
Com a queda do governo comunista na Bulgária em 1989, importantes companhias internacionais não presentes anteriormente no mercado búlgaro chegaram ao país, a maioria delas estabelecendo-se em Sofia. O mercado imobiliário em Sofia tem crescido subitamente nos últimos tempos, com crescimento de 100% no período compreendido entre os anos de 2005 e 2006. O desemprego na cidade é relativamente baixo, aproximadamente 2,5% em comparação com a média búlgara de 8,2% e aos níveis europeus de aproximadamente 7,3%.

TRANSPORTE E INFRAESTRUTURA

Com sua infraestrutura bem desenvolvida e localização estratégica, Sofia é um importante centro para as rotas ferroviárias e de automóveis. Todos os principais tipos de transportes (exceto o aquático), estão presentes na cidade: 8 estações ferroviárias, Centro de Controle Aéreo e Aeroporto de Sofia (centro da companhia aérea Bulgaria Air).

Aeroporto de Sofia

O transporte público de Sofia está bem desenvolvido, é eficaz e importante para a economia da cidade. É constituído por trem subterrâneos (o Metropolitano de Sófia), ônibus, bondes, trólebus, e cerca de 40 linhas complementares, operadas por microônibus (marshrutki), além de mais de 15.000 taxis. O sistema de trem subterrâneo começou a operar no fim da década de 1990, não obstante, possuía uma extensão limitada. Com o amplo crescimento do transporte privado na década de 1990, o número de automóveis registrados em Sofia superou a marca de 1.000.000 nos últimos anos, consequentemente os problemas de tráfego e de poluição do ar tornaram mais graves. Se planeja combater esta situação com a expansão das linhas de trens subterrâneos.

O bonde é um dos transportes mais tradicionais de Sofia
Sofia possui uma enorme planta de co-geração de energia elétrica e térmica única em sua categoria. Praticamente toda a cidade (900.000 habitações e 5.900 empresas) recebem energia térmica, utilizando calor residual da geração elétrica (3000 MW) e fornos térmicos alimentados por petróleo e gás, resultando numa capacidade térmica total de 4640 MW. A rede de dutos de distribuição térmica é de 900 km de extensão e compreende 14.000 sub-estações.

EDUCAÇÃO

Existem 16 universidades na cidade, considerada como a mais prestigiosa da Bulgária, a Universidade de Sofia, fundada em 1888, possui capacidade para 14.000 estudantes anuais. Outras universidades importantes incluem a Academia Nacional de Artes, a Universidade Técnica de Sofia, a Universidade de Economia Nacional e Internacional, a Universidade de Medicina de Sofia, a Academia Nacional de Teatro e Cinematografia Krastyo Sarafov e a Nova Universidade Búlgara.

A Universidade de Sofia foi fundada em 1888
Ademais, instituições de importância nacional, tal como a Academia Búlgara de Ciências e a Biblioteca Nacional Santos Cirilo e Metodio se encontram em Sofia. O Colégio Americano de Sofia, fundado em 1860 e considerada a instituição acadêmica americana mais antiga fora dos Estados Unidos, proporciona educação secundária a alguns dos estudantes mais destacados da Bulgária. A escola foi fechada durante a era comunista e reaberta em 1992. A primeira geração de estudantes da escola reaberta se graduou em 1997 e celebrou sua décima reunião anual em junho de 2007.

ARQUITETURA

Depois da liberação da Bulgária do domínio otomano em 1878 e do estabelecimento de uma monarquia búlgara autônoma com sua capital em Sofia, o Knyaz Alexandre I de Battenberg convidou arquitetos do Império Austro-húngaro para dar forma a nova aparência arquitetônica da cidade.

Entre os arquitetos convidados a trabalhar na Bulgária estavam Friedrich Grünanger, Adolf Václav Kolář, Viktor Rumpelmayer e outros, que desenharam os mais importantes edifícios públicos necessários ao restabelecido governo búlgaro, assim como numerosas habitações para a elite do país. Posteriormente, também contribuíram muitos arquitetos búlgaros que haviam estudado no exterior.

Palácio Nacional da Cultura
A arquitetura do centro de Sofia é, desta forma, uma combinação de Neo-barroco, Neo-Rococó, Neo-renascimento e Neoclassicismo, posteriormente, a Secessão de Viena também teve um papel importante.

Entre os edificios mais importantes construídos em Sofia neste período se encontam o antiguo palácio real, hoje sede da Galeria Nacional de Arte e do Museu Etnográfico Nacional (1882); o Teatro Nacional Ivan Vazov (1907); o antigo escritório de impressão real, hoje a Galeria Nacional de Arte Estrangeira; a Assembleia Nacional da Bulgária (1886), a Academia Búlgara de Ciências (1893), entre outros.

Depois da Segunda Guerra Mundial e do estabelecimento de um governo comunista na Bulgária em 1944, a linha arquitetônica foi alterada substancialmente. Edifícios públicos de Classicismo Socialista emergiram no centro, porém, com o crescimento da cidade para a periferia, os novos bairros foram dominados por muitas torres de blocos de concreto, prédios pré-fabricados de apartamentos e exemplos da arquitetura brutalista.

Galeria Nacional de Arte
Depois da abolição do comunismo em 1989, foram construídos em Sofia distritos comerciais e bairros inteiros, assim como arranha-céus de escritórios, mas também zonas residenciais da classe alta.

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