Santiago - Chile

Localizada na Região Metropolitana de Santiago, no vale central chileno, ao lado da cordilheira dos Andes. É o maior e mais importante e desenvolvido centro urbano, financeiro, cultural e administrativo do país. Chamada de Grande Santiago ou simplesmente Santiago, é uma aglomeração que possui 32 comunas de maneira íntegra e 11 comunas de forma parcial. A maior parte de Santiago está na província de mesmo nome, com alguns setores periféricos dentro das províncias de Maipo, Cordillera e Talagante. No primeiro post do mês de dezembro, o Just Travel vai contar um pouco da história e da cultura de Santiago, a capital do Chile. Prontos para mais uma viagem? Então vamos lá!

Santiago HD Wallpapers
Vista da cidade de Santiago. Ao fundo, a Cordilheira dos Andes
HISTÓRIA

Santiago foi fundada pelo conquistador espanhol Pedro de Valdivia, no dia 12 de fevereiro de 1541, com o nome de "Santiago de Nueva Extremadura" (em honra ao Apóstolo Santiago, santo patrono da Espanha). A cerimônia de fundação ocorreu no "Cerro Huelén" (renomeado por Valdívia como Cerro Santa Lúcia). Assim, Pedro de Valdivia iniciou a conquista do Chile. Foi escolhida essa região por seu clima moderado e por estar ao lado do rio Mapocho. Por conselho do cacique picunche Millacura, a cidade foi fundada entre os dois braços desse rio.

A cidade foi destruída no dia 11 de setembro de 1541 pelas forças dos nativos da região, chefiados por Michimalonco, que promoveu a Guerra do Arauco.

Os primeiros edifícios da cidade foram construídos com o apoio dos nativos picunches. Um pequeno riacho-afluente sul do rio Mapocho foi drenado e transposto, convertendo-se em uma passagem pública, conhecida como Alameda (hoje, a Avenida Libertador Bernardo O'Higgins).

A cidade foi palco da Guerra da Independência (1810-1818). Com a conquista da independência em 1818, logo foi nomeada capital, nesse mesmo ano.

Vista do Paseo Ahumada, no centro da cidade, no fim da década de 1920.
Graças à gestão do intendente Benjamín Vicuña Mackenna (1872-1875), se criou a estrada do Cerro Santa Lúcia e começou a expansão da cidade. Na década de 1880, as salitreiras do norte do Chile trouxeram prosperidade ao país, promovendo o crescimento de Santiago. No entanto, mesmo no final do século XIX, Santiago não passava de uma pequena capital, com poucos edifícios, entre eles, o Palácio de La Moneda, prédio utilizado pelo governo chileno, algumas igrejas e outros prédios cívicos. A Igreja da Companhia de Jesus sofreu um incêndio em 1863, durante uma missa, e mais de 2000 pessoas morreram. Este foi o maior incêndio já registrado na capital até hoje. Durante a República Autoritaria se criaram a Universidad de Chile (não é o time de futebol que leva o mesmo nome), a Escuela Normal de Preceptores, a Escuela de Artes y Oficios e a Quinta Normal, que incluía os museus de Bellas Artes (atual Museu de Ciencía e Tecnología) e de História Natural.

Durante a celebração do Centenário da República, em 1910, criou-se o atual Museu de Belas Artes, o Parque Florestal, a Biblioteca Nacional e a Estação de Trem Mapocho (hoje, um centro de eventos). Junto aos anteriores, as obras do Centenário da República também incluíram a construção do sistema de esgotos e recolecção de águas das chuvas do centro de Santiago, a cargo da companhia francesa Batignolles e Fould.

O século XX se destaca pelo grande crescimento da população, principalmente de gente que provinha do campo, o que descontrolou a planificação urbana e a cidade começou a crescer indiscriminadamente.

A Fundação de Santiago por Pedro de Valdívia (Pedro Lira, 1889).
Santiago começou a se transformar em uma cidade moderna a partir da década de 1930, com a construção do Bairro Cívico, em torno do Palácio de La Moneda. A cidade se expandiu até as periferias e, em 1940 nasce o conceito da Gran Santiago (Grande Santiago) chegando a quase um milhão de habitantes.

Em 1975 se inaugura o Metropolitano de Santiago, um grande avanço para o transporte da cidade. Em 1985, um sismo destruiu algumas importantes construções históricas no centro da cidade.

Resultado de seu radical crescimento e desenvolvimento econômico e social, intensificado com seu "boom" econômico na década de 1990, Santiago pertence ao grupo dos maiores e mais importantes centros financeiros da América Latina.

GEOGRAFIA, RELEVO E CLIMA

A cidade de Santiago está localizada principalmente em um vale chamado "vale central". Este vale é parte da conhecida Depressão Intermediária e está delimitado claramente pelo cordão Chacabuco no norte, a Cordilheira dos Andes no leste, a Angostura de Paine no sul e a Cordilheira da Costa no oeste. Esse vale tem a extensão de 80 km na direção norte-sul e de 35 km na direção leste-oeste, aproximadamente.

Há centenas de milhares de anos, o atual território da cidade era banhado pelo oceano e sedimentos marinhos, sendo que a única parte terrestre mais próxima era a já existente Cordilheira da Costa. A morfologia da região começou a ter seu aspecto atual desde o fim do Paleozóico, quando começou a convergência da Placa de Nasca com a Placa Sul-Americana, esta pertencente então ao continente de Gondwana. A convergência levou ao surgimento de uma área terrestre, a partir do Triásico, levantando uma concentrada, grande e larga parte de toda essa área, que deu origem aos Andes. Posteriormente, novas atividades tectônicas geraram a fragmentação da grande massa rochosa levantada, formando a Depressão Intermediária.

A morfologia regional continuou a sua transformação. Os glaciares cobriram a região com gelo, formando sinuosos morros. A forte atividade vulcânica presente nessa época gerou uma série da erupções vulcânicas, lançando grandes fluxos de lava e provocando o derretimento dos glaciares. Isso gerou o depósito de mais sedimentos no vale central, complementado depois pelas chuvas. A sedimentação do vale continuou por milhares de anos e inclusive, os últimos grandes acontecimentos, correspondentes a violentas erupções vulcânicas, se remetem para menos de 5000 anos. Esses sedimentos permitiram a existência de uma fértil bacia e cobriram o relevo anterior à formação andina, deixando somente a parte mais alta de alguns morros, conhecidos como "morros ilhas", por toda a cidade.

Atualmente, Santiago se estende principalmente no plano da bacia com uma altitude entre os 400 m nas zonas mais ao oeste e chegando aos 540 m na Praça Baquedano. A área metropolitana é rodeada por alguns "morros ilhas", como é o caso do Cerro Santa Lúcia, Cerro Blanco, Cerro Calán e o Cerro Renca, que com 800 m de altitude é o ponto mais elevado da cidade. No sudoeste da cidade existe um cordão rochoso de vários "morros ilhas", entre os quais se destaca o Cerro Chena. Na direção oeste da cidade, há um dos pontos mais altos da Cordilheira da Costa, como o Cerro Roble Alto, com 2815 m de altitude, sendo que a zona do rio Maipo é a única em que a cordilheira perde altura.

Cordilheira dos Andes vista de Santiago
Durante as últimas décadas, o crescimento urbano expandiu os limites da cidade até o setor leste, chegando-se na Pré-Cordilheira dos Andes. Inclusive em comunas como La Dehesa, Lo Curro e El Arrayán, se superou a barreira dos 1000 m de altitude. Por fim, algumas áreas periféricas de baixa altitude que hoje ocupam a "cuenca", vieram da Pré-Cordilheira, como é o caso do cordão montanhoso do Cerro La Pirámide e do Cerro Sán Cristóbal, no setor noroeste de Santiago.

No leste da cidade, está a chamada Serra de Ramón, uma cadeia montanhosa formada pela Pré-Cordilheira, devido à ação da falha de Ramón, alcançando 3296 metros de altitude no cerro de Ramón. Com mais 20 km. ao leste, se encontra a Cordilheira dos Andes, com suas cadeias de montanhas e vulcões, muitos dos quais superam os 6000 m, onde se mantém alguns glaciares. O mais alto é o vulcão Tupungato, com 6570 m, localizado perto do vulcão Tupungatito, com 5900 m de altitude. Até o noroeste se encontram o Cerro El Plomo (5424 m) e o Nevado El Plomo, com 6070 m. Até o sudeste da capital, no entanto, se localizam o Nevado Los Piuquenes (6019 m), o vulcão San José (5856 m) e o Maipo, com 5323 m. De todos estes, tanto o Tupungatito como o San José e o Maipo são vulcões ativos.

O clima de Santiago corresponde ao clima temperado, com chuvas no inverno e estação seca prolongada, mais conhecido como clima mediterrânico continentalizado.

A principal característica climática de Santiago é a concentração de cerca de 80% das precipitações durante os meses principalmente de inverno (maio a setembro), variando entre 50 e 80 mm. por mês. Essa quantidade contrasta os índices dos meses correspondentes à estação seca, produzida por um domínio anticiclônico (que é interrompido por cerca de sete ou oito meses) principalmente durante os meses de verão, entre dezembro e março. No verão, a precipitação não supera os 4 mm. Essas precipitações são compostas geralmente por chuva, mesmo que ainda ocorra neve e queda de granizo principalmente nos setores da pré-cordilheira, que estão a aproximadamente 1500 metros de altitude.

Em alguns casos, a neve afeta a cidade, mas apenas a zona leste (setores orientais), sendo muito rara a ocorrência de neve nas outras partes da conurbação. Como Santiago está localizada em uma área semi-árida, há pouca precipitação na região: com a entrada de maior quantidade de massas de ar polares, o maior índice pluviométrico é registrado no inverno. O clima é mais seco no verão, com poucas chuvas registradas, devido à dificuldade de entrada de umidade na área graças ao relevo ao redor da cidade.

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Neve em Santiago
Em relação às temperaturas, variam ao longo do ano, passando de uma média de 20°C durante o mês de janeiro, até uma média de 8°C nos meses de junho e julho. No verão, Santiago apresenta grandes variações de temperatura, atingindo com facilidade 30°C ou mais à tarde, e chegando a 12°C na madrugada. As noites são agradáveis. A maior temperatura já registrada na cidade foi de 37°C. Já nos meses de outono e inverno, a temperatura cai radicalmente, situando-se entre os 9°C de dia e baixando para 0°C ou menos à noite, especialmente na madrugada. A menor temperatura já registrada na cidade foi de -6,8°C, em 1976. A temperatura média anual da cidade é de 13,7°C, sendo a quarta capital mais fria da América do Sul.

HIDROGRAFIA

A cidade de Santiago está localizada na bacia hidrográfica do rio Maipo, que possui uma superfície de aproximadamente 15 380 km². Seu curso principal nasce na cordilheira dos Andes, ao sudeste de Santiago, próximo a um vulcão homônimo, e desce pela cordilheira em um cânion chamado de Cânion do Maipo. Nessa área, aparecem três importantes afluentes: o rio Volcán que nasce próximo ao vulcão San José e apresenta algumas termas como Baños Morales; o rio Yeso, cujo curso superior se localiza na represa El Yeso (principal reserva de água potável de toda a região Metropolitana), e o rio Colorado. Ao sair da zona da pré-cordilheira, o rio Maipo entra na "cuenca" de Santiago, aproximando-se da área urbana da capital, demarcando a fronteira entre a comuna de Puente Alto e a recém criada comuna de Pirque. Depois, o rio segue rumo ao sudoeste, sendo de grande importância para o desenvolvimento agrícola das áreas rurais que cercam a cidade, para finalmente seguir seu caminho até o Oceano Pacífico, na cidade de Llolleo, na V Região de Valparaíso.

No entanto, o rio mais importante para a cidade é o rio Mapocho, cujo percurso começou a ser habitado desde a época colonial. O rio Mapocho é o principal afluente do rio Maipo, se encontrando com ele no setor de El Monte, no sudoeste da cidade. O rio Mapocho nasce graças a vários e pequenos riachos na zona nordeste da cordilheira dos Andes e posteriormente, baixa até o vale central através de desfiladeiros da pré-cordilheira, entrando diretamente na zona leste da cidade.

Rio Mapocho, ao lado da Avenida Providencia
O rio Mapocho passa, no sentido leste-oeste, por cerca de 20 comunas antes de sair pela zona de Pudahuel, para logo percorrer áreas agrícolas até chegar a El Monte. Durante o ano, seu nível pode variar entre 13,6 m³/s em novembro e 2,3 m³/s em abril.

Para que a obtenção de água se tornasse mais fácil para o desenvolvimento agrícola da bacia, foram construídos no século XIX diversos canais de irrigação que conectam o rio Mapocho ao rio Maipo, como o canal San Carlos e o canal Las Perdices. Outras obras foram realizadas para a canalização das águas pluviais provenientes da cordilheira, como o zanjón de la Aguada.

MEIO AMBIENTE

A cidade de Santiago se localiza em uma zona ecológica do tipo escleromórfica (conhecida como "matorral chileno"), que tem sido fortemente modificada devido à utilização do solo para fins agrícolas ou para expansão urbana. Nos últimos anos, foi identificada uma rápida degradação dos solos, e consequentemente, sua erosão. Tudo isso está gerando um processo de desertificação, agravado pela utilização de águas subterrâneas (lençóis freáticos) para o consumo humano, pelos incêndios florestais e pela seca de pântanos, entre outros. Apesar disso, ainda restam algumas áreas de grande importância para a biodiversidade, como a quebrada da Plata ou a quebrada de Ramón: todos parques silvestres protegidos, localizados em encostas da cordilheira dos Andes.

Parque Araucano, em Santiago
Na cidade, o número de áreas verdes é de aproximadamente 2686 públicas e 2625 privadas (década de 1990), que equivalem a 2,5% da área urbana consolidada. Considerando estes índices, cada santiaguino possui em média 5,7 m² de área verde, menos que os 9 m² recomendados pela OMS. No entanto, segundo estudos, este índice atualmente é ainda mais baixo, mesmo porque, enquanto a cidade cresce cerca de mil hectares por ano, apenas 8 hectares de áreas verdes são criados. Metade do número de hectares de áreas verdes corresponde aos "morros ilhas" , que possuem pouca vegetação ou carecem dela. Portanto, descontando essas áreas, os índices chegariam a 1,5 m² de áreas verdes por habitante. No entanto, todos estes índices apresentam grande variação dependendo da zona da cidade: enquanto no setor oriente se pode chegar aos 20 m² por habitante, na zona sul este índice não passa de 1 m² de área verde por habitante.

ECONOMIA

A cidade de Santiago é o principal centro financeiro e comercial do Chile e um dos mais importantes da América Latina. Segundo o Banco Central chileno, o Produto Interno Bruto (PIB) da Região Metropolitana de Santiago em 2005 foi de 46 trilhões de pesos chilenos (aproximadamente US$93 bilhões), o equivalente a 45% do PIB total do Chile naquele ano. Este índice, se reajustado com a paridade de poder aquisitivo, aumenta para US$120 bilhões milhões, tornando Santiago a 53º cidade com maior poder aquisitivo do mundo e a 5ª na América Latina (depois da Cidade do México, São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires). Estudos projetam que em 2020, seu PIB (PPA) chegaria a US$225 bilhões, com uma taxa de crescimento anual efetiva de 3,8%, mantendo boa posição a nível mundial, sendo superada na América Latina apenas por São Paulo, Cidade do México, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Bogotá.

Quase 80% do produto interno bruto regional provêm do setor terciário, sendo que 26,16% do PIB existe graças aos serviços financeiros e empresariais e 13,99% devido ao comércio. A indústria produz 16,50% do PIB, o setor agropecuário apenas 1,06% e a mineração 0,93%, devido principalmente à mineradora de cobre Disputada de Las Condes. Em relação à geração do valor agregado por setores em nível nacional, em Santiago são gerados 45,22% do produzido pelo setor industrial, 42,93% do setor da construção civil, 52,22% do setor de transportes, 64,37% do setor comercial e 76,79% do setor financeiro.

Sanhattan, o centro financeiro de Santiago.
Em Santiago estão localizadas as principais instituições econômicas do país, incluindo a Bolsa de Comércio de Santiago (cujo principal índice bursátil é o IPSA), e a maioria das sedes de empresas nacionais e multi-nacionais, como LAN, Farmácias Ahumada, Santa Isabel, Falabella, Nestle, HP, Reuters, JP Morgan, Intel, Coca-Cola, Unilever, Nestlé, Kodak, BHP Billiton, IBM, Motorola, Microsoft, Ford, Toyota, Yahoo!, entre outras. Graças a tratados de livre comércio, assinados desde a década de 2000 com os Estados Unidos, União Europeia, República Popular da China, Japão, Coreia do Sul, entre outros, diversas empresas internacionais têm utilizado Santiago como uma plataforma de entrada ao mercado latino-americano. Segundo a revista América Economia, Santiago é uma das melhores cidades para se fazer negócios da América Latina, ficando em diversas áreas entre as primeiras posições. Inclusive, em 2007, Miami e Santiago, empatadas em primeiro lugar, foram consideradas as melhores cidades da América para se realizar novos negócios. Em relação ao comércio, tem crescido muito nos últimos anos, potenciado pela construção de vários centros comerciais em diversas zonas da capital e pelo auge dos inúmeros hipermercados.

O setor da construção civil encontra-se sobre forte expansão em Santiago. Vários complexos de apartamentos, residenciais, casas, inúmeros condomínios e edifícios comerciais marcam presença.

TURISMO

A cidade é um importante destino turístico a nível nacional, por ser a principal porta de entrada ao país através do Aeroporto Internacional Comodoro Arturo Merino Benítez e do Paso Transandino Internacional Los Libertadores. Ambos concentram 55,2% do total de pessoas que ingressam no Chile por ano, o equivalente a 1.119.840 de turistas em 2005. Segundo um estudo do Serviço Nacional de Turismo, 52,3% dos turistas (tanto nacionais como internacionais) têm como destino a categoria "Santiago e seus arredores", sendo que quase toda esta parcela também visita as estações de esqui localizadas na Cordilheira dos Andes. Com vários atrativos históricos e culturais, museus, palácios, mirantes, shows, vida noturna intensa, compras, entre outros, se tornou, principalmente após o "boom" econômico da década de 1990, uma grande opção turística. Além disso, se encontra a menos de 100 km do litoral e de estâncias de esqui (entre elas, a mais moderna da América do Sul). Provenientes de todas as partes do mundo, os turistas que conhecem a cidade são principalmente europeus, americanos, canadenses e brasileiros.

Fachada principal do Museu Nacional de História Natural do Chile
A cidade oferece 220 estabelecimentos hoteleiros que totalizam uma capacidade de 9.240 suítes e 17.147 camas. No entanto, desde os últimos anos estes índices estão em constante aumento, especialmente na área dos hotéis com 3 estrelas ou mais, devido à chegada de diversas cadeias hoteleiras internacionais. A maior parte deles se encontra no centro da cidade e nos bairros de Providencia, Vitacura e Las Condes, que se destacam por sua bela arquitetura e bons serviços, estando aí os hotéis W, Marriott, Hyatt, Ritz Carlton, Radisson, Sheraton, Kennedy, entre outros.

Os museus de Santiago são bem variados, desde o Museu de História Natural de Santiago até o museu de Moda. Os mais procurados são o Museu de Arte Contemporânea de Santiago, o Museu de Belas Artes e o Museu de Arte Pré-Colombiana. Além deles, tem também a casa de Pablo Neruda, que é um grande ponto turístico do Chile.

TRANSPORTES

O transporte aéreo utiliza o Aeroporto Internacional Comodoro Arturo Merino Benítez para os vôos tanto nacionais como internacionais. O aeroporto está localizado na comuna de Pudahuel, no noroeste da cidade, a 13 km do centro. Possui sua própria administração, através de capitais privados. Seu número de atrasos e cancelamentos de vôos é baixíssimo. É considerado em vários fatores um dos mais modernos da América Latina. Foi utilizado em 2007 por 8,4 milhões de passageiros, dos quais 4,9 eram internacionais e 3,5 domésticos. Foi inaugurado em 1967, substituindo o antigo Aeroporto Los Cerrillos, que após esta data operou como um aeródromo, até seu fechamento em 2005. Outros pontos relacionados à aviação são a Base Aérea El Bosque e o Aeródromo Eulogio Sánchez, mesmo que não destinados ao transporte público.

Um dos terminais do Aeroporto de Santiago
Em relação às rodovias (chamadas de autopistas), a cidade é cortada pela Rodovia Panamericana (CH-5). Dentro da cidade, ela se chama Rodovia Central. Pela Ruta CH-5, pode-se chegar ao norte do país através da rodovia concessionada do Aconcágua, e ao sul através da Rodovia do Maipo. A Rodovia do Pacífico (CH-68) é uma das mais utilizadas, conectando Santiago a Valparaíso e Viña del Mar; a Rodovia do Sol (CH-78), no entanto, conecta Santiago com San Antonio e outras cidades do litoral central. E por último, a Rodovia Los Libertadores (CH-57) passa pelas cidades de San Felipe e Los Andes, até chegar na fronteira com a Argentina, no Paso Transandino Internacional Los Libertadores.

Existem várias empresas de ônibus interurbanos em Santiago, sendo este um dos mais importantes meios de transporte. Transportam passageiros a outras cidades chilenas e até a outros países, como Argentina, Bolívia, Peru e Brasil. Todos partem dos terminais de Alameda, Santiago, San Borja e Los Héroes, localizados no centro da cidade. No caso do Terminal de San Borja, alguns ônibus também partem para cidades próximas como Talagante, Peñaflor e Melipilla, que nos últimos anos, têm adquirido o título de cidades-dormitório de Santiago.

Essa é a Autopista Costanera Norte
Santiago interliga-se com Mendoza (Argentina) pela Estrada de Los Caracoles, que estendendo-se até Buenos Aires (Argentina) é classificada pelos guias turísticos como uma das 10 mais belas do mundo, transpondo os Andes. As placas de sinalização em boa parte a denomina como Ruta 7.

O sistema de transporte ferroviário chileno cresceu muito a partir da primeira metade do século XX, tendo como eixo principal a Estação Central de Santiago. No entanto, atualmente está focado principalmente no transporte de cargas até os portos de San Antonio e Valparaíso. Mesmo assim, diferentemente dos outros países da América Latina, se destaca o moderno serviço de transporte de passageiros. O "Metrotren" vai de Santiago a Rancagua e San Fernando. O "Terrasur", de Santiago a Chillán. Todos os serviços são realizados pela empresa chilena EFE. Os trens, classificados como de "velocidade-alta" e elétricos, atingem uma velocidade de até 140 km/h. Todos são divididos em "classe turística" e "classe preferente". É um meio de transporte muito utilizado, por ser econômico, confortável e eficiente. Por ano, são transportados mais de 10 milhões de passageiros em todo o país. Em pouco tempo, será inaugurado o serviço de transporte de passageiros de Santiago até Temuco (a 670 quilômetros de distância), em novos trens elétricos, fabricados na Espanha, com velocidade máxima de 160 km/h.

Metrô de Santiago
SERVIÇOS BÁSICOS

Os serviços básicos estão principalmente sobre o poder de empresas privadas desde o fim da década de 1980 e começo da década seguinte. Chilectra é a empresa responsável pela distribuição de energia elétrica em Santiago, servida pelo Sistema Interconectado Central. Em relação à água potável e o serviço de tratamento de esgoto, se destaca a empresa Aguas Andinas, suas filiais e a empresa municipal SMAPA, que serve a comuna de Maipú e arredores. Metrogas é a empresa encarregada da distribuição de gás natural, proveniente principalmente do sul da Argentina através do gasoduto de GasAndes.

TURISMO

Os principais pontos turísticos da cidade se encontram no Centro. A partir da Praça da Cidadania, em frente à Avenida Libertador Bernardo O'Higgins, está localizado o Palácio de La Moneda, sede do governo do Chile e do poder executivo. É permitido o acesso apenas de seus pátios internos. O palácio possui, no seu piso inferior, o recém-inaugurado Centro Cultural La Moneda, espaço com arquitetura futurista e exposições permanentes e temporárias, sendo a maioria delas sobre o Chile, seu povo, cultura e costumes. Destaque para um mapa temático detalhado do Chile, com 50 metros de comprimento.

Próximo ao Palácio de La Moneda, está localizado o Museu Chileno de Arte Pré-Colombiana, eleito um dos melhores e mais completos museus sobre a cultura pré-colombiana do mundo. A um quarteirão de distância, se encontra a Plaza de Armas, praça central da cidade e lugar de encontro de toda a população, que reúne várias atrações: a Catedral Metropolitana de Santiago, o Museu Histórico Nacional e a Municipalidade de Santiago (prefeitura da Comuna de Santiago). O interior da Catedral Metropolitana de Santiago possui uma bela decoração, além de afrescos.

A três quarteirões da Plaza de Armas, está o Mercado Central, com bons e baratos restaurantes, grande parte deles de comida típica chilena e pescados. A mil metros do Mercado Central, está o conceituado Museu Nacional de Belas Artes, em um antigo palácio, com várias obras de arte, esculturas, exposições temporárias e o acervo mais rico do país. Destaque para a obra "Combate Naval de Iquique", a mais representativa do Chile, que demonstra uma das batalhas da Guerra do Pacífico.

Catedral Metropolitana de Santiago
Em direção ao norte da cidade, se encontra a antiga residência de Pablo Neruda (La Chascona), hoje um museu. Além de todos os museus anteriormente citados, Santiago também abriga: Museu Arqueológico de Santiago; Museu de Santiago Casa Colorada; Museu Colonial San Francisco; Museu de Arte Contemporânea; Museu Interativo Mirador; Museu Artequín; Museu de Ciência e Tecnologia; Museu Ferroviário; Museu da Solidariedade "Salvador Allende".

Em relação às áreas de lazer e parques (áreas verdes), a cidade dispõe do Parque Metropolitano de Santiago (Cerro San Cristóbal), que é um parque municipal e principal mirante da cidade, de onde se tem uma bela vista da Cordilheira dos Andes. Ele abriga o jardim japonês da cidade, o Zoo Parque e também existem teleféricos, praças e, no seu ponto mais alto, venda de recordações e a escultura "A Virgem". Também estão localizados em Santiago o Parque O'Higgins, com a Arena de Santiago, um parque de diversões e diversos jardins com lagoas; o Parque Florestal, no centro da cidade, ao lado do Rio Mapocho; e o Cerro Santa Lucia, em meio à cidade, antigo forte, com mirante, local onde ocorreu a cerimônia de fundação de Santiago, em 1541.

Biblioteca Nacional do Chile
VINÍCOLAS

Algumas das mais importantes e tradicionais vinícolas do Chile estão localizadas próximas a Santiago, nos Vales do Maipo e Aconcágua. Grande parte delas possui reconhecimento e prestígio internacional. Entre as inúmeras vinícolas, se destacam a Concha y Toro, Santa Rita e Undurraga. Nos últimos anos, alguns vinhos do vale do Maipo, da uva da casta Cabernet Sauvignon, obtiveram as primeiras classificações em renomadas premiações de âmbito internacional, ao lado dos vinhos produzidos no sul de França. Portanto, é evidente a dedicação e talento dos chilenos ao setor vitivinícola. Inclusive, por se atentarem aos mínimos detalhes, melhorando cada etapa do processo produtivo. A obtenção das melhores terras para a plantação das videiras, até a passagem do envelhecimento do vinho em barris de carvalho franceses (de melhor qualidade), são alguns dos diferenciais adquiridos pelas melhores vinícolas do país. No entanto, outros fatores naturais também contribuem para tudo isso, como o solo extremamente fértil dos vales chilenos, graças à atividade vulcânica, e o bom clima dessas regiões. No mais, o país é considerado uma ilha geográfica, isolada, levando à inexistência de pragas e qualquer outro fator externo que prejudique sua tão bem preservada e distinta agricultura: ao norte, o deserto mais árido do planeta; ao leste, a gelada e extensa Cordilheira dos Andes e suas elevações com mais de 6000 m de altitude; ao sul, a Antártida, geleiras, glaciares e lagos; e por fim, ao oeste, o imenso Oceano Pacífico. Soma-se isso à fiscalização muito rígida dos órgãos governamentais, em todos os aeroportos internacionais, estradas froteiriças e portos do país. Resultado: um dos melhores vinhos do mundo.

Sede da vinícola Concha y Toro
ESTAÇÕES DE ESQUI

A menos de uma hora de automóvel de Santiago, na direção leste, estão localizadas várias e famosas estâncias de esqui, incluindo a mais moderna da América (com a maior pista de esqui do hemisfério sul). São elas: Valle Nevado, El Colorado, Farellones e La Parva. Um pouco mais afastada, ao norte, Portillo está a aproximadamente três horas da cidade. Valle Nevado e Portillo também são resorts, com toda uma infra-estrutura hoteleira, gastronômica e de lazer. A primeira estância de esqui da América foi Portillo, construída em 1929. Grande parte destas localidades recebem anualmente delegações de esportes na neve, provenientes de vários países, além dos numerosos turistas e esquiadores amadores e profissionais. Segundo pesquisas, cerca de 70% dos hóspedes do resort Valle Nevado e 30% dos hóspedes do resort de Portillo são brasileiros, na alta temporada (julho).

Vista de Valle Nevado, na região metropolitana
GASTRONOMIA

A culinária do Chile é uma mistura de vários alimentos que cruzaram pelo país. Além das belas praias e paisagens naturais que servem de pontos turísticos, lá podemos encontrar uma tradição culinária fabulosa. Para compor seus pratos típicos, a cultura gastronômica mistura diversos ingredientes, e de todo tipo.


São usadas diferentes especiarias, como carnes, e frutos do mar, formando uma mistura fascinante que conquista o paladar dos turistas que por lá passam. Os frutos do mar também são muitos consumidos, devido a larga costa chilena. A culinária desse país é composta por uma mistura de paladares de vários países.

Sopapilla é uma espécie de pão frito que mais parece um pastel
Os alimentos trazidos pela imigração se fundiram a outros, se transformaram e sobreviveram através do tempo, ganhando contribuições da culinária dos nativos. A atual gastronomia chilena se originou dessa grande mistura. Entre esses imigrantes estão árabes, britânicos, indianos, italianos e espanhóis. Os últimos trouxeram costumes como o uso do frango, da carne suína, e de temperos como alho e cebola. Como ocorreu com todos os países toda América do Sul, o Chile recebeu influências na maneira de cozinhar de vários lugares e povos diferentes. A influência da cozinha européia se estende por todo país, onde é percebida nas misturas das comidas típicas. Os colonos que vinham de outros lugares traziam na bagagem seus ingredientes e métodos de preparação do alimento, e desde então, a cultura alimentar do país se misturou e se diversificou.

Porotos Ganados
Na costa há grande números de frutos do mar, peixes, e crustáceos, que estão entre os alimentos mais procurados pelos turistas. Alguns frutos do mar extraídos de lá são considerados entre os melhores do mundo, como o caso do marisco. Tratando-se de bebidas, o chileno adora o vinho a ponto de considerar uma refeição incompleta sem ele. 

A bebida está presente em cada almoço e jantar, e é consumido assim como a água. Os vinhos lá fabricados têm reputação internacional, devido ao seu distinto sabor. No entanto, a bebida tradicional é o Pisco, ou "Pisco Sour", um licor preparada com suco de limão, açúcar e clara de ovo. 

Carbonada
O Porotos Granados é um prato nacional preparado com uma combinação de ingredientes nativos indígenas e da culinária espanhola. Trata-se de um guisado feito com abóbora, feijão, arando, milho e tomate. Uma comida tradicional, muito apreciada pelos habitantes e pelos turistas, é o Pastel de Choclo. Esse prato típico é um tipo de torta feita com carne (de frango na maioria das vezes), milho e uma variedade de legumes.

Pastel-de-Choclo
ESPORTES

Santiago possui cinco times de futebol na primeira divisão do Chile: Universidad Católica, Universidad de Chile (também conhecida como "La U", campeã da Copa Sul-Americana de 2011 e vice da Recopa em 2012, perdendo para o Santos), Unión Española, Palestino e o Colo-Colo, única equipe do país a ser campeã da Libertadores da América, em 1991. A cidade foi uma das sedes da Copa América de 2015 e teve dois estádios: o Monumental David Arellano, casa do Colo-Colo, e o tradicionalíssimo Estádio Nacional de Santiago, o maior e mais icônico do país. Foi lá onde foi realizada a final entre Chile e Argentina, vencida nos pênaltis pelos donos da casa, sendo o primeiro título profissional da história da Seleção Chilena. Também recebeu alguns jogos da Copa do Mundo de 1962, inclusive a final, entre Brasil e Tchecoslováquia, que acabou com o bicampeonato da Seleção Canarinho.

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Jogadores chilenos celebram o título da Copa América após vitória nos pênaltis sobre a Argentina, que vinha de um vice-campeonato mundial em 2014

Mas o principal palco esportivo do Chile não guarda só boas lembranças e festas inesquecíveis. Entre 12 de setembro (dia seguinte ao golpe militar que derrocou Allende no Chile) a 9 de novembro de 1973, o estádio foi usado como campo de prisioneiros do regime ditatorial de Augusto Pinochet.

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Essa é a "Saída 8": a única parte do estádio com arquibancadas de madeira. Área foi declarada como Monumento Histórico pelo governo chileno, onde presos da ditadura aguardavam seus "julgamentos".
Os prisioneiros eram separados por sexo e presos em seis camarotes. Os interrogatórios eram feitos no velódromo.

Por lá passaram certa de 40.000 prisioneiros, de onde foram mandados, a maioria, para o Campo de Prisioneiros de Chacabuco, a 110 km de Antofagasta. Muitos foram torturados e assassinados lá dentro do estádio. Para se chegar até ali, eles passavam pela 'Escotilla 8', local que dá acesso ao estádio e por onde passavam os presos políticos. E, em meio a atrocidades, era o único ponto no qual eles tinham contato com seus familiares; mesmo com o portão de ferro fechado, acenavam para os seus entes do lado de fora.

Sim, o principal palco da Copa América de 2015 e também o lugar no qual a seleção brasileira sagrou-se bicampeã mundial, em 1962, serviu de base para torturas, interrogatórios, prisões e assassinatos.

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