Sardenha - Itália

É uma ilha do mar Mediterrâneo ocidental e uma região autônoma da Itália meridional, com uma área de 24.090 km², 1,65 milhão de habitantes e cuja capital é Cagliari. Situada a oeste da península Itálica, sul da Córsega e norte de Tunísia, administrativamente é, desde 28 de fevereiro de 1948 uma região autônoma com estatuto especial; juntamente com Vêneto, é uma das duas regiões cujo status na região descrevem os habitantes locais com a expressão "popolo" (povo), expressão destituído de qualquer significado jurídico ou o reconhecimento legal das diferenças com outros cidadãos italianos. Hoje, o Just Travel vai contar um pouco mais sobre a região da Sardenha, na Itália. Preparados para viajar? Então vamos nessa e embarque conosco!


O estreito de Bonifacio em Capo Testa, Santa Teresa Gallura
GEOGRAFIA E CLIMA

A Sardenha situa-se no centro do Mediterrâneo ocidental, a meio caminho entre as penínsulas Itálica e Ibérica, a sul da Córsega e do estreito de Bonifacio, a norte do canal da Sardenha e da Tunísia, a oeste da Itália continental e mar Tirreno, a leste das ilhas Baleares (Espanha) e do mar da Sardenha.

Com mais de 24 000 km² de superfície e uma extensa linha costeira (1849 km), durante muito tempo foi considerada a maior ilha do Mediterrâneo, quando na realidade é a segunda em área, atrás da Sicília. A maior parte da costa é alta e rochosa, com troços longos e relativamente direitos, com muitos cabos imponentes , algumas baías largas e profundas, existindo numerosas ilhotas e ilhas menores.

O desfiladeiro de Gorropu na serra de Supramonte.

O território é predominantemente constituído por montanhas e colinas com altitudes geralmente entre os 300 e os 1 000 m. O maior maciço montanhoso, o Gennargentu, encontra-se na parte centro-oriental da ilha e tem o seu ponto mais alto, a Punta La Marmora (1.834 m). Outras montanhas importantes são o monte Limbara (1.362 m), no nordeste, o monte Rasu (1.259 m), no maciço de Marghine e Goceano (norte), o monte Albo (1.057 m), no maciço de Sette Fratelli (sudeste), e no sudoeste, o Monte Linas (1.236 m) e os montes Sulcis.

As áreas montanhosas e planaltos estão separados por extensos vales aluviais e planícies, sendo as mais importantes as de Nurra, a noroeste, e de Campidano, a mais extensa, no sudoeste, entre Oristano e Cagliari.

Os principais rios são o Tirso, com 151 km, o Flumendosa, com 127 km, e o Coghinas, com 115 km. Existem pelo menos 54 barragens que são usadas para irrigação agrícola e produção de eletricidade. As mais importantes são a de Omodeo e de Coghinas. O único lago natural de água doce é o de Baratz, no noroeste, perto de Alghero. Existem várias lagoas de água salgada pouco profundas ao longo da linha costeira.

As ilhas mais importantes são: Asinara, San Pietro, Sant'Antioco e as do arquipélago de Maddalena. O clima é mediterrânico, com temperaturas geralmente suaves, até mesmo no inverno, com primaveras e outonos quentes, verões que podem ser muito quentes, chegando mesmo aos 45°C, o que é propício à ocorrência dos incêndios frequentes. Em contrapartida, as temperaturas mais baixas nunca são inferiores a 0°C. O vento dominante é o mistral, que sopra de noroeste durante praticamente todo o ano, principalmente no inverno e primavera, por vezes com bastante intensidade, o que faz as delícias dos amantes da vela. Sendo geralmente frio e seco, tem um efeito refrescante.

Porto Giunco, em Villasimius.
HISTÓRIA

A história da Sardenha é muito antiga, remontando ao Paleolítico Inferior. Foram encontrados vestígios humanos datados de 150 000 a.C. e os sinais de presença humana mais antigos são de há 500 000 anos. No entanto, supõe-se que o povoamento só ocorreu de forma estável no Neolítico inferior, cerca de 6000 a.C. Antes da chegada dos fenícios a partir do século X a.C., houve três civilizações autóctones que prosperaram na ilha: a de Bonuighinu, que surgiu no Quarto milênio a.C., a misteriosa população Shardana, e a mais célebre cultura nurágica, que se desenvolve a partir do século XVI a.C., senão antes, da qual os vestígios mais monumentais são os mais de 7 000 nuragues (chamados localmente nuraghes no norte e nuraxis no sul), torres defensivas em forma de tronco cônico construídas com grandes blocos de pedra talhada e trabalhada, que se encontram espalhados por toda a ilha.

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 Ruínas de Sa Itria, no monte Ortobene, perto de Nùoro
A partir do século VIII, os árabes e berbereses realizaram várias razias à Sardenha, o que contribui para enfraquecer a autoridade de Bizâncio sobre a ilha, cujo governador assumiu uma autoridade independente. Para melhor defesa, ele dividiu a ilha em quatro judicados: Gallura, Logudoro, Arbórea e Caralis. Em 851, esses territórios já eram quatro monarquias independentes que por várias vezes caíram no poder de Gênova, Pisa e árabes.

Com diversos sobressaltos, os giudicatis sobreviveram até ao fim do século XIII, altura em que passam a ser territórios controlados pelas repúblicas marítimas italianas de Pisa e Gênova, à exceção do giudicato de Arborea, que permanece independente até 1410 e autónomo até 1478, ano em que é definitivamente conquistado pelos catalães do reino de Aragón.

Paisagem granítica em Gallura.

A 4 de abril de 1297 é formalmente criado pelo papa Bonifácio VIII o "Regnum Sardiniae et Corsicae" (Reino da Sardenha e Córsega), o qual é concedido como feudos ao reino de Aragão. Os aragoneses (catalães) só iniciam a conquista efetiva da ilha no século XIV, a qual só terminaria em 1409.

Os aragoneses e catalães só abandonariam a Sardenha no início do século XVIII, altura em que passou para a posse do Sacro Império Romano-Germânico. Em 1718, passou para a posse da Casa de Saboia, os governadores de Piemonte, passando o duque de Saboia a usar o título de rei da Sardenha a partir de 1720. Apesar disso, o território manteve-se autônomo até 1847. Em 1848 estalou a guerra de independência e unidade italiana, a qual foi liderada pelos rei do Piemonte-Sardenha. O reino do Piemonte-Sardenha torna-se o Reino da Itália em 1861.

PINTURA MURAL

A Sardenha é pródiga em pinturas murais,chamadas localmente de murales, que se contam aos milhares, tanto em paredes como em rochas. Frequentemente elas eram usadas para veicular mensagens políticas de cariz atual ou histórica, ou anúncios e apelos de iniciativas e coletividades locais. Entre as mais notáveis destacam-se os frescos do professor Francesco del Casino em Orgosolo, muitas delas evocativas da estética de artistas conhecidas, como Picasso, Miró e de Chirico , ou ao estilo de banda desenhada. Os murales teriam surgido no final dos anos 1960 em San Sperate, inspirados por uma ideia proveniente do México.

Murales da cidade de Orgosolo, na Sardenha

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