Riga - Letônia

Está localizada na nordeste da Europa, sendo banhada pelo mar báltico e situado-se no coração do Golfo de Riga, na foz do rio Daugava. É a mais importante cidade do país, principal centro político, cultural, populacional e econômico do país. Segundo dados de 2013, possuí uma população de 643.615 habitantes, ou aproximadamente 1/3 da população letã no mesmo período. É a mais populosa das capitais bálticas, e a segunda maior área metropolitana da região, depois da região metropolitana de Vilnius (a capital da Lituânia).

O centro histórico de Riga foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, e a cidade é particularmente notável por sua arquitetura Art Nouveau (Jugendstil), comparável em importância a Viena, São Petersburgo e Barcelona. Hoje, o Just Travel vai falar mais sobre Riga, a capital da Letônia, uma ex-república da extinta União Soviética. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa linda cidade? Então prepare-se!


Vista panorâmica parcial de Riga em agosto de 2012
Riga é a capital e maior cidade da Letônia

HISTÓRIA

A cidade está situada num antigo assentamento dos livônios, uma antiga tribo fínica, na confluência dos rios Daugava e Ridzene. Este último era antigamente conhecido como Rio Riga no ponto onde existia um porto natural chamado Lago Riga. Ambos desapareceram. Acredita-se que o nome do antigo rio tenha dado origem ao da cidade.

A fundação da moderna Riga é atribuída pelos historiadores à chegada de comerciantes germânicos, mercenários e cruzados na região, na segunda metade do século XII, atraídos pela região pouco povoada, pelo mercado potencial e pelas oportunidades missionárias de conversão religiosa da população local ao Cristianismo. Mercadores alemães estabeleceram um entreposto para comércio com os povos bálticos, próximo ao assentamento Liv em Riga em 1158. O monge agostiniano Meinhard construiu um mosteiro por lá por volta de 1190.

O bispo Alberto de Buxhoeveden foi nomeado bispo da Livônia por seu tio Hartwig, Arcebispo de Bremen e Hamburgo, em 1199. Ele chegou a Riga em 1201 com 23 navios e mais de 1500 cruzados em armas, tornando Riga seu bispado. Ali estabeleceu a Ordem dos Irmãos Livônios da Espada (que posteriormente se tornou um ramo dos Cavaleiros Teutônicos) e garantiu foros de cidade a Riga no mesmo ano. Albert foi bem sucedido na conversão de Kaupo de Turaida, rei dos Livônios, ao cristianismo. Apesar disso, tal como relatado em Heinrici Cronicon Lyvoniae, foram necessárias três décadas para obter-se o controle completo da Livônia (Alemão: Livland). Riga, assim como a Livônia e a Prússia ficaram sob os auspícios do Sacro Império Romano Germânico. Não muito depois, nos tempos de Martinho Lutero, estas três regiões se converteram ao Protestantismo.

Uma vista de Riga em 1900, reproduzida em um cartão postal da época
Riga serviu de porta para o comércio com as tribos bálticas e com a Rússia. Em 1282 a cidade se tornou membro da Liga Hanseática (Alemão: Hanse). A Liga desenvolveu-se a partir de uma associação mercantil e política frouxa entre cidades alemãs e bálticas. Graças ao seu protecionismo econômico que favoreceram seus membros germânicos, a Liga foi muito bem sucedida, porém suas políticas de exclusão produziram competidores. Sua última Dieta reuniu-se em 1669, apesar de seus poderes terem se enfraquecido bastante por volta do final do século XIV, quando as alianças políticas entre a Lituânia e a Polônia, e entre a Suécia, Dinamarca e Noruega limitaram sua influência. Apesar disso, a Hansa foi importante para dar à cidade estabilidade política e econômica, dando-lhe assim uma importância que resistiu às conflagrações políticas que ocorreram posteriormente.

No entanto este período de prosperidade teve vida curta, pois com a Segunda Guerra Mundial veio a ocupação soviética e a anexação da Letônia em 1940. Também a Alemanha nazista ocupou o território letão entre 1941 e 1944, repatriando os alemães do Báltico à força para a Alemanha após 700 anos vivendo em Riga. A comunidade judia foi forçada a viver num gueto no bairro de Maskavas e num campo de concentração em Kaizerwald. Centenas de milhares de letões pereceram e milhares foram para o exílio em diversos países. A Letônia perdeu 1/3 de sua população. A União Soviética concluiu o controle do país com a derrota do nazismo.

A ocupação soviética no pós-guerra foi marcada por deportações de muitos letões para a Sibéria e outros locais, sob a acusação de terem colaborado com os nazistas. A industrialização forçada e a imigração em larga escala planejada de grande número de não-letões de outras repúblicas soviéticas para Riga, particularmente de russos, transformaram a composição demográfica da cidade. Bairros de edifícios com alta densidade de moradores, como Purvciems, Zolitude e Ziepniekkalns se desenvolveram nos limites da cidade, ligados ao centro por ferrovia. Por volta de 1975, menos de 40% dos habitantes de Riga eram etnicamente letões, uma percentagem que tem crescido após a independência.

Em 1986 a moderna torre de rádio e televisão da cidade foi completada. Seu desenho lembra o da Torre Eiffel.

A Catedral de Riga, a maior dos países bálticos
A política de reformas econômicas da Perestroika conduzidas por Mikhail Gorbachev levaram a uma situação, no final da década de 1980, em que várias repúblicas soviéticas, incluindo a Letônia, puderam obter sua independência. (Veja História da Letônia). O país declarou sua independência em 21 de Agosto de 1991, a qual foi reconhecida pela Rússia em 6 de Setembro do mesmo ano. O país ingressou nas Nações Unidas no dia 17 de Setembro, e todas as forças militares russas foram retiradas entre 1992 e 1994.

Em 2001, a cidade celebrou seus 800 anos de fundação. Em 29 de Março de 2004 o país ingressou na OTAN. No dia 1 de Maio do mesmo ano, ingressou na União Europeia.

Ainda em 2004, o surgimento de linhas aéreas com tarifas reduzidas resultou em voos baratos de outras cidades europeias, como Londres e Berlim, e consequentemente um substancial aumento do número de turistas.

A Casa do Gato
GEOGRAFIA E CLIMA

As divisões administrativas de Riga consistem em seis entidades administrativas: Distritos Central, Kurzeme e Norte e subúrbios Latgale, Vidzeme e Zemgale. Três entidades foram estabelecidas em 1 de setembro de 1941, e as outras três foram estabelecidas em outubro de 1969. Não há unidades administrativas oficiais de nível inferior, mas a Agência de Desenvolvimento do Conselho Municipal de Riga está trabalhando em um plano, o que oficialmente faz com que Riga consista em 58 bairros. Os nomes atuais foram confirmados em 28 de dezembro de 1990.

NEGÓCIOS E COMÉRCIO

As viagens de lazer e a negócios a Riga cresceram bastante nos últimos anos graças à melhoria da infraestrutura comercial e de transporte. Riga, como cidade portuária, é importante entroncamento de transporte, e é o centro do sistema de rodovias e ferrovias do país. A maioria dos turistas chega de avião pelo aeroporto internacional, que foi modernizado em 2001, coincidindo com os 800 anos da cidade. A cidade é ligada por "ferry-boats" com Estocolmo, Kiel e Lübeck. Riga também sediou duas bases aéreas durante a Guerra Fria: Rumbula e Spilve.

Quase todas as instituições financeiras importantes localizam-se em Riga, incluindo-se o Banco da Letônia, que também funciona como banco central. O comércio exterior através de Riga tem crescido nos últimos anos, e recebeu novo ímpeto após 1 de Maio de 2004 quando a Letônia ingressou na União Europeia. Riga responde por cerca de metade da produção industrial letã, com ênfase no setor financeiro, serviços públicos, alimentos e bebidas, remédios, processamento de madeira, imprensa e publicações, têxteis, móveis e equipamentos de comunicação. O porto da cidade é importante centro de cargas.

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Neve em Riga
Maior cidade dos países bálticos, tem sofrido entretanto um decréscimo populacional persistente. Este declínio tem se tornado particularmente evidente após 1991 como resultado primeiro de uma emigração de russos étnicos, e posteriormente tanto de russos quanto de letões, principalmente para o Reino Unido e a Irlanda, aliado a uma reduzida taxa de natalidade. Estima-se que a população cairá para metade da atual por volta de 2050. A estimativa de população em 2006 era de 727.578 habitantes. Os letões nativos são cerca de 43% da população, com percentagem quase idêntica de russos. Como comparação, os letões compõem cerca de 59% da população do país. Os russos são 28,5%, os bielorrussos 3,8%, os ucranianos 2,5%, os poloneses 2,4%, os lituanos 1,4% e os demais 2,4% são formados por outras nacionalidades (2006). A maioria dos letões são protestantes da Igreja Evangélica Luterana, ou são católicos romanos, enquanto a maioria dos russos pertence à Igreja Ortodoxa Russa. Após a independência da Letônia em 1991, todos os não-letões cujas famílias chegaram ao país após a anexação de 1940 perderam a sua cidadania. Como resultado, um grande número saiu do país, resultando em declínio populacional. Outro resultado deste êxodo é que a população das cidades sofreu ligeiro aumento.

ECONOMIA

Riga é um dos principais centros econômicos e financeiros dos Estados Bálticos. Cerca de metade de todos os empregos na Letônia estão em Riga e a cidade gera mais de 50% do PIB da Letônia, bem como cerca de metade das exportações da Letônia. Os maiores exportadores estão em produtos de madeira, TI, fabricação de alimentos e bebidas, produtos farmacêuticos, transportes e metalurgia. O porto de Riga é um dos maiores dos países bálticos. Manejou um recorde de 34 milhões de toneladas de carga em 2011 e tem potencial para crescimento futuro com novos desenvolvimentos portuários na Krievu Sala. O turismo também é uma grande indústria em Riga e, após uma desaceleração durante as recentes recessões econômicas globais, cresceu 22% apenas em 2011.

Banco da Letônia
TRANSPORTES

Riga, com sua posição geográfica central e concentração de população, sempre foi o centro infraestrutural da Letônia. Várias estradas nacionais começam em Riga, e a rota europeia E22 atravessa Riga do leste e oeste, enquanto a Via Baltica atravessa Riga do sul e norte.

Como uma cidade situada junto a um rio, Riga também tem várias pontes. A ponte de pé mais antiga é a Ponte Ferroviária, que também é a única ponte que transporta a ferrovia em Riga. A Ponte de Pedra (Akmens inclina) liga Old Riga e Pārdaugava; A Ponte da Ilha (Salu inclina) liga Maskavas Forstat e Pārdaugava via Zaķusala; e a Ponte Shroud (Vanšu inclina) liga Old Riga e Pārdaugava via Ķīpsala. Em 2008, completou-se a primeira etapa da nova ponte do Sul (Dienvidu inclina) através do Daugava e foi aberta ao trânsito em 17 de novembro.

A Ponte do Sul foi o maior projeto de construção nos estados do Báltico em 20 anos, e seu objetivo era reduzir o congestionamento no centro da cidade. Outro grande projeto de construção é o corredor de transporte do norte de Riga planejado; Seu projeto detalhado de primeiro segmento foi concluído em 2015.

O Freeport de Riga facilita o transporte de carga e passageiros por via marítima. Os ferries do mar atualmente conectam o Terminal de Passageiros de Riga a Estocolmo operado por Tallink. Riga tem um aeroporto ativo que serve as linhas aéreas comerciais - o Aeroporto Internacional de Riga (RIX), construído em 1973. A renovação e modernização do aeroporto foi concluída em 2001, coincidindo com o 800º aniversário da cidade. Em 2006, uma nova extensão de terminal foi aberta. A extensão da pista foi concluída em outubro de 2008, e o aeroporto agora pode acomodar grandes aeronaves, como o Airbus A340, Boeing 747, 757, 767 e 777. Outra extensão do terminal está em construção até 2014. O número anual de passageiros passou de 310 mil em 1993 para 4,7 milhões em 2014, tornando o Aeroporto Internacional de Riga o maior nos Estados Bálticos.

Um dos vários tipos de Trolleybus em Riga
O antigo aeroporto internacional de Riga, Spilve Airport, localizado a 5 km (3.11 mi) do centro da cidade de Riga, é atualmente usado para aeronaves pequenas, treinamento de pilotos e aviação recreativa. Riga também abriga uma base aérea militar durante a Guerra Aérea da Guerra Fria - Rumbula.

O transporte público na cidade é fornecido por Rīgas Satiksme, que opera uma grande quantidade de bondes, ônibus e trolebuses em uma extensa rede de rotas em toda a cidade. Além disso, até 2012, muitos proprietários privados operavam serviços de minibus, após o que a Câmara Municipal estabeleceu a empresa de transporte unificada Rīgas mikroautobusu satiksme, estabelecendo um monopólio sobre o serviço.

Riga está ligada ao resto da Letônia por trens operados pelo transportador nacional de trem de passageiros, cuja sede está em Riga. Há também serviços ferroviários internacionais para a Rússia e a Bielorrússia e planeja reviver o tráfego ferroviário de passageiros com a Estônia. Um projeto TEN-T chamado Rail Baltica prevê a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade através de Riga que liga Tallinn a Varsóvia usando o calibre padrão, que deverá ser posto em operação em 2024.

Riga International Coach Terminal fornece conexões domésticas e internacionais.

CULTURA/TEATROS

A Ópera Nacional da Letônia foi fundada em 1918. O repertório do teatro abrange todas as obras-primas da ópera. A Ópera Nacional da Letônia é famosa não só por suas óperas, mas também por sua trilha de balé.

O Teatro Nacional da Letônia foi fundado em 1919. O Teatro Nacional da Letônia preserva as tradições da escola de teatro letão. É um dos maiores teatros da Letônia.

Casa Nacional da Ópera da Letônia
O teatro russo Mikhail Chekhov Riga é o teatro de teatro profissional mais antigo da Letônia, estabelecido em 1883. O repertório do teatro inclui peças clássicas e performances experimentais de dramaturgos russos e estrangeiros.

O Teatro Daile foi inaugurado pela primeira vez em 1920. É um dos teatros mais bem sucedidos da Letônia. Este teatro é distinguido por suas freqüentes produções de peças estrangeiras modernas.

O teatro de marionetes do estado da Letônia foi fundado em 1944. Este teatro apresenta shows para crianças e adultos.

O Teatro New Riga foi inaugurado em 1992. Possui um repertório inteligente e atraente de alta qualidade que se concentra em um público moderno, educado e socialmente ativo.

GASTRONOMIA

A cozinha letã baseia-se tipicamente em produtos agrícolas, encontrando-se a carne presente na maior parte dos pratos de refeição. O peixe é comummente consumido devido à localização da Letônia na costa leste do Mar Báltico. A cozinha letã tem sido influenciada pelos países vizinhos da região Báltica. Os ingredientes comuns nas receitas letãs são encontrados localmente, como a batata, trigo, cevada, couve, cebola, ovos e carne de porco. A comida letã é em geral bastante gorda e utiliza poucas especiarias.

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Aukstais Galds
Os letões de hoje em dia consomem normalmente três refeições por dia. O pequeno-almoço é normalmente leve e geralmente consiste em sandes ou numa omelete, com uma bebida, geralmente leite. O almoço é consumido entre o meio-dia e as três da tarde e tende a ser a principal refeição do dia. Como tal, pode incluir uma variedade de alimentos e por vezes também uma sopa como entrada e uma sobremesa. A ceia é a ultima refeição do dia, com alguns escolhendo consumir outra refeição pesada. O consumo de refeições prontas ou congeladas é hoje comum.

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Comida típica da Letônia: panquecas de batata com cogumelos e queijo
Batatas e carne são geralmente considerados alimento básico dos letões. Geralmente as sopas são feitas com verduras e leite. Sopa de massa, sopa de beterraba e sopa azeda são também consumidas pelos letões. Um queijo tradicional letão é o Jāņu siers (queijo de cominhos), este é tradicionalmente servido durante a celebração do solstício de verão Jāņi. Há também a versão letã do smorgasbord, o Aukstais galds. A Letônia tem uma versão original do pīrāgi, em que são cozidos. O kvass é frequentemente considerado como uma bebida tradicional da Letônia, no entanto, é bastante popular em países vizinhos, sendo por isso difícil determinar a sua origem. As bebidas alcoólicas mais populares são a cerveja, a vodka e o balzam (balsamo). A Chucrute refogada é uma preparação de alimentos que foi herdada dos alemães na região letã. Os picles de cogumelos são outra especialidade letã.

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Esse é o Rupjmaize
O Rupjmaize é um pão escuro feito à base de centeio, sendo considerado básico na comida nacional. "Kliņģeris" é um pão doce em forma de pretzel que normalmente é servido como sobremesa em ocasiões especiais, tais como o Dia do Nome.

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