Nápoles - Itália

É a terceira cidade mais populosa da Itália após Roma e Milão e tem a segunda ou terceira maior (dependendo dos dados) região metropolitana do país. Estende-se por uma área de 117 km², de densidade populacional 849 hab./km². conhecida mundialmente pela sua história, sua música, seus encantos naturais e por ser a terra natal da pizza. O seu centro histórico é patrimônio Mundial da UNESCO. Hoje, no primeiro post de 2018, o Just Travel viaja até Nápoles, na Itália. Prontos para mais uma viagem? Então vamos lá!

Nápoles, com o temido vulcão Vesúvio ao fundo

HISTÓRIA

Nápoles foi construída a poucos metros de uma outra cidade já existente, Partênope, que passou a ser chamada de Paleópolis ("cidade velha"). Foi conquistada pelos romanos em 327 a.C. durante a Segunda Guerra Samnita. No século VI d.C., passou para domínio bizantino e, no século VIII, constituiu-se em ducado independente. Em 1139, passou a pertencer ao Reino da Sicília. A universidade foi fundada em 5 de Junho de 1224. Passou a ser, no final do século XVIII, a capital do reino. Em 1282, passou para a coroa de Aragão, sendo denominado reino de Nápoles. No século XIX, passou a ser independente, sendo anexada ao Reino da Sardenha em 1860 e ao Reino de Itália em 1861.

Nessa cidade, nasceram os papas: Bonifácio V, Urbano VI, Bonifácio IX, Paulo IV, Inocêncio XII. A cidade cresceu rapidamente devido à influência da poderosa cidade-estado grega de Siracusa e tornou-se um aliado da República Romana contra Carthage. Durante as Guerras Samnitas, a cidade, agora um movimentado centro de comércio, foi capturada pelos samnitas; No entanto, os romanos logo capturaram a cidade e fizeram dela uma colônia romana. Durante as guerras púnicas, as paredes fortes que cercam Neápolis repeliram as forças invasoras do general cartagineso Hannibal.

Castel Nuovo, em Nápoles

Nápoles foi muito respeitado pelos romanos como um exemplo da cultura helenística. Durante a era romana, o povo de Nápoles manteve sua língua e costumes gregos, enquanto a cidade era expandida com elegantes vilas romanas, aquedutos e banhos públicos. Marcos, como o Templo de Dioscures, foram construídos, e muitos imperadores escolheram férias na cidade, incluindo Claudius e Tibério. Virgílio, o autor do épico nacional de Roma, a Eneida, recebeu parte de sua educação na cidade e mais tarde residiu nos arredores.

Foi durante esse período que o cristianismo chegou pela primeira vez a Nápoles; Os apóstolos Pedro e Paulo dizem ter pregado na cidade. Januarius, que se tornaria o santo padroeiro de Nápoles, foi martirizado lá no século IV dC. O último imperador do Império Romano do Ocidente, Romulus Augustulus, foi exilado a Nápoles pelo rei germânico Odoacer no século V dC.

GEOGRAFIA E CLIMA

Localiza-se no golfo de Nápoles, no mar Tirreno. É um porto importante e o principal centro industrial e comercial do sul do país. É, também, um centro turístico pois nos seus subúrbios localizam-se vários locais de interesse: o vulcão do monte Vesúvio, as ruínas de Pompeia e de Herculano e as ilhas de Capri e de Ischia. O seu centro histórico foi declarado patrimônio mundial pela UNESCO. Nápoles tem um clima tipicamente mediterrânico, com invernos moderados e chuvosos e verões quentes e secos, porém sempre refrescados pela brisa marítima que raramente falta no seu golfo. O sol esplende mediamente por 250 dias por ano. A classificação climática das comunas italianas insere a cidade na zona climática C. A particular conformação morfológica do território leva a que a cidade apresente diferentes microclimas, com a possibilidade de encontrar variações atmosféricas significativas movimentando-se apenas de poucos quilômetros.

Neve em Nápoles

EDUCAÇÃO

Nápoles é conhecida pelos seus inúmeros institutos de ensino superior e centros de pesquisa. Nápoles hospeda o que se pensa ser a mais antiga universidade estadual do mundo, na forma da Universidade de Nápoles Federico II, fundada por Frederick II em 1224. A universidade é uma das mais proeminentes da Itália, com cerca de 100 mil alunos e mais de 3.000 professores em 2007. É anfitrião do Jardim Botânico de Nápoles, que foi inaugurado em 1807 por José Bonaparte, usando planos elaborados sob o rei Bourbon Fernando IV. Os 15 hectares do jardim apresentam cerca de 25.000 amostras de vegetação, representando mais de 10.000 espécies de plantas.

Prédio principal da Universidade de Nápoles

Nápoles também é servida pela Seconda Università degli Studi di Napoli, uma universidade moderna que abriu em 1989 e que, apesar do seu nome, tem fortes ligações com a vizinha província de Caserta. Outro centro de educação notável é o Istituto Universitario Orientale, especializado em cultura oriental e fundado pelo missionário jesuíta Matteo Ripa em 1732, depois que ele voltou da corte de Kangxi, o Imperador da Dinastia de Manchu Qing da China

Outras universidades proeminentes em Nápoles incluem a Universidade Parthenope de Nápoles, o Instituto Istituto Universitário Suor Orsola Benincasa e o Seminário Teológico dos jesuítas do sul da Itália. O conservatório de música San Pietro a Maiella é a principal instituição de educação musical da cidade; os primeiros conservatórios de música napolitana foram fundados no século 16 sob o espanhol. A Accademia di Belle Arti di Napoli localizada na Via Santa Maria di Costantinopoli é a principal escola de arte da cidade e uma das mais antigas da Itália. Nápoles acolhe também o Observatório Astronômico de Capodimonte, estabelecido em 1812 pelo rei Joachim Murat e o astrônomo Federigo Zuccari, a estação de estudo zoológico marinho mais antiga do mundo, Stazione Zoologica Anton Dohrn, criada em 1872 pelo cientista alemão Anton Dohrn, e o observatório do vulcão permanente mais antigo do mundo, o Observatório do Vesúvio, fundado em 1841. O Observatório encontra-se nas encostas do Monte Vesúvio, perto da cidade de Ercolano, e agora é um instituto especializado permanente do Instituto Nacional Italiano de Geofísica.

TRANSPORTES

Nápoles é servida por várias estradas principais. A Autostrada A1, a mais longa rodovia da Itália, liga Nápoles a Milão.  O A3 corre para o sul de Nápoles para Salerno, onde começa a rodovia para Reggio Calabria, enquanto a A16 corre a leste até Canosa.  O A16 é apelidado de autostrada dei Due Mari ("Auto-estrada dos Dois Mares") porque conecta o Mar Tirreno ao Mar Adriático.

Nápoles tem uma extensa rede de transporte público, incluindo bondes, ônibus, funiculares e trolebus, a maioria operada pela empresa municipal Azienda Napoletana Mobilità (ANM). Três elevadores públicos estão em operação na cidade - um dentro da ponte de Chiaia, um em via Acton e um perto da Ponte de Sanità.  Além disso, a cidade opera o metrô de Nápoles, um sistema ferroviário subterrâneo de trânsito rápido, que integra as linhas ferroviárias de superfície e as estações de metrô da cidade, muitas das quais são conhecidas pela arquitetura decorativa e pela arte pública. Os serviços ferroviários suburbanos são fornecidos pela Trenitalia, Circumvesuviana, Ferrovia Cumana e Metronapoli.

A principal estação ferroviária da cidade é Napoli Centrale, que fica na Piazza Garibaldi; Outras estações significativas incluem Napoli Campi Flegrei e Napoli Mergellina. As ruas de Nápoles são famosas e estreitas (foi a primeira cidade do mundo a montar uma rua de trânsito unidirecional), para que o público em geral use habitualmente carros compactos com hatchback e scooters para trânsito pessoal. Desde 2007, os trens que funcionam a quase 300 km/h (186 mph) conectaram Nápoles com Roma com um tempo de viagem inferior a uma hora, e os serviços diretos de alta velocidade também operam para Florença, Milão e Turim. Os serviços de "trem de ônibus" de cama direta operam todas as noites nas cidades da Sicília.

Estação Toledo de metrô, em Nápoles

O porto de Nápoles dirige vários serviços públicos de ferry, hidroavião e catamarã SWATH, ligando inúmeros locais na província napolitana, incluindo Capri, Ischia e Sorrento, e a província de Salernitan, incluindo Salerno, Positano e Amalfi. Os serviços também estão disponíveis para destinos mais distantes, como a Sicília, a Sardenha, Ponza e as Ilhas Eólias. O porto atende mais de 6 milhões de passageiros locais anualmente, mais de 1 milhão de passageiros internacionais de cruzeiro. Um serviço regional de transporte de hidroaviões, a "Metropolitana del Mare", funciona anualmente de julho a setembro, mantido por um consórcio de armadores e administrações locais.

Porto de Nápoles

O Aeroporto Internacional de Nápoles está localizado no subúrbio de San Pietro a Patierno. É o maior aeroporto do sul da Itália, com cerca de 140 vôos nacionais e internacionais que chegam ou partem diariamente.

A quantidade média de tempo que as pessoas passam com o trânsito público em Nápoles, por exemplo, de e para o trabalho, em um dia de semana é de 77 min. 19% dos pilotos de transporte público, viajam por mais de 2 horas todos os dias. A quantidade média de tempo que as pessoas esperam em uma parada ou estação para transporte público é de 27 minutos, enquanto 56.% dos pilotos aguardam mais de 20 minutos em média todos os dias. A distância média que as pessoas costumam transportar em uma única viagem com trânsito público é de 7,1 km, enquanto 11% viajam por mais de 12 km em uma única direção.

ECONOMIA

Nápoles é a quarta maior economia da Itália depois de Milão, Roma e Turim, e é a 103ª maior economia urbana do mundo pelo poder de compra, com um PIB estimado em 2011 de US $ 83,6 bilhões, equivalente a US $ 28,749 per capita. Nápoles é um importante terminal de carga, e o porto de Nápoles é um dos maiores e mais movimentados do Mediterrâneo. A cidade tem experimentado um crescimento econômico significativo desde a Segunda Guerra Mundial, mas o desemprego continua a ser um grande problema, e a cidade é caracterizada por altos níveis de corrupção política e crime organizado.

Centro de Nápoles

Nápoles é um importante destino turístico nacional e internacional, sendo uma das principais cidades turísticas da Itália e da Europa. Os turistas começaram a visitar Nápoles no século 18, durante o Grand Tour. Em termos de chegadas internacionais, Nápoles foi a 166ª cidade mais visitada do mundo em 2008, com 381 mil visitantes (1,6% em relação ao ano anterior), vindo depois de Lille, mas ultrapassando Nova York, Stuttgart, Belgrado e Dallas.


Nos últimos tempos, houve uma mudança de uma economia tradicional baseada na agricultura na província de Nápoles para uma baseada em indústrias de serviços. No início de 2002, havia mais de 249.590 empresas que operam na província registrada no Registro Público da Câmara de Comércio. O setor de serviços emprega a maioria dos napolitanos, embora mais da metade deles sejam pequenas empresas com menos de 20 trabalhadores; 70 empresas são de tamanho médio com mais de 200 trabalhadores; e 15 têm mais de 500 trabalhadores

ESPORTES

O futebol é, de longe, o esporte mais popular em Nápoles. Trazido para a cidade pelos britânicos no início do século 20, o esporte está profundamente inserido na cultura local: é popular em todos os níveis da sociedade, desde os scugnizzi (crianças de rua) até profissionais ricos. O clube de futebol mais conhecido da cidade é o SSC Napoli, que joga seus jogos em casa no Stadio San Paolo, em Fuorigrotta, que recebeu jogos da Copa do Mundo de 1990. A equipe joga na liga da Serie A e venceu o Scudetto (o Campeonato Italiano) duas vezes, a Coppa Italia cinco vezes e a Supercoppa Italiana duas vezes. O time também ganhou a Taça UEFA e, uma vez nomeado o FIFA Player of the Century, Diego Maradona (o maior ídolo da história do Napoli) entre os seus jogadores. Nápoles já produziu numerosos proeminentes futebolistas profissionais, incluindo Ciro Ferrara e Fabio Cannavaro. Cannavaro foi capitão da seleção nacional da Itália até 2010, e levou o time à vitória na Copa do Mundo de 2006. Ele foi, portanto, premiado como melhor jogador do mundo naquele ano.

O estádio San Paolo recebeu jogos da Copa de 1990

Alguns dos clubes menores da cidade incluem Sporting Neapolis e Internapoli, que jogam no Stadio Arturo Collana. A cidade também tem equipes em vários outros esportes: Eldo Napoli representa a cidade na Serie A de basquete e joga na cidade de Bagnoli. A cidade co-organizou o EuroBasket 1969. O Partenope Rugby é o lado mais conhecido da união de rugby da cidade: o time venceu duas vezes o rugby union Serie A. Outros esportes locais populares incluem pólo aquático, corridas de cavalos, vela, esgrima, boxe, taekwondo e artes marciais. A Academia Nazionale di Scherma (Academia Nacional e Escola de Esgrima de Nápoles) é o único lugar na Itália onde os títulos "Mestre da Espada" e "Mestre do Kendo" podem ser obtidos.

GASTRONOMIA

Nápoles é internacionalmente famosa por sua gastronomia e vinho; Ele desenha influências culinárias das inúmeras culturas que a habitaram ao longo de sua história, incluindo os gregos, espanhóis e franceses. A cozinha napolitana emergiu como uma forma distinta no século 18. Os ingredientes são tipicamente ricos em sabor, enquanto permanecem acessíveis para a população em geral.

Nápoles é tradicionalmente reconhecida como a terra da pizza. Isso se originou como uma refeição dos pobres, mas sob Fernando IV tornou-se popular entre as classes altas: famosa, a pizza Margherita recebeu o nome da rainha Margherita da Sabóia após sua visita à cidade. Cozinhados tradicionalmente em um forno queima de lenha, os ingredientes da pizza napolitana foram rigorosamente regulamentados por lei desde 2004 e devem incluir farinha de trigo tipo "00" com adição de farinha tipo "0", água mineral natural, tomates pelados ou tomates cereja frescos, queijo mozzarella, sal marinho e azeite extra virgem.

Eis a famosa pizza Napolitana. Foi em Nápoles que a pizza foi inventada

O spaghetti também está associado à cidade e é geralmente comido com o molho de molho: um popular símbolo folclórico napolitano é a figura cômica Pulcinella comendo um prato de espaguete. Outros pratos populares em Nápoles incluem Parmigiana di melanzane, spaghetti alle vongole e casatiello. Como uma cidade costeira, Nápoles é conhecida por inúmeros pratos de frutos do mar, incluindo impepata di cozze, massas de purpetiello (polvo coberto de caldo), alici marinado (anchovas marinadas), baccalà alla napoletana (bacalhau salgado) e baccalà fritto ( bacalhau frito), um prato comumente comido durante o período do Natal.

Nápoles é conhecida por seus pratos doces, incluindo gelado colorido, que é semelhante ao sorvete, embora mais com base em frutas. Os pratos de pastelaria napolitana populares incluem zeppole (mais comumente chamado de 'Pasta Cresciuta' e ''e fFritt'' e Viento') babà, sfogliatelle e pastiera, o último dos quais é preparado especialmente para celebrações da Páscoa. Outro doce sazonal é o struffoli, uma massa de mel de sabor doce decorada e comida em Natal. O café napolitano também é amplamente aclamado. A panela de café napolitana tradicional, conhecida como cuccuma ou cuccumella, foi a base para a invenção da máquina de café expresso, e também inspirou o pote Moka.

Zeppole, doces populares que são servidos em Nápoles no Dia de São José

Vinícolas na região do Vesúvio produzem vinhos como o Lacryma Christi ("lágrimas de Cristo") e Terzigno. Nápoles é também o lar de limoncello, um popular licor de limão. O valor nutricional da cozinha napolitana foi descoberto pelo epidemiologista norte-americano Ancel Keys na década de 1950, sendo posteriormente mencionado pelos epidemiologistas como um dos melhores exemplos da dieta mediterrânea.


NOTA: Mostramos uma foto da cidade de Nápoles logo no começo do post, onde o temido vulcão Vesúvio aparece ao fundo. O Just Travel tem um post falando mais sobre a antiga cidade de Pompéia, que foi destruída por uma erupção do Vesúvio em 79 d.C.

Link a seguir: http://j-usttravel.blogspot.com.br/2017/04/pompeia-italia.html