Veneza - Itália
Ela é uma cidade fabulosa. Muitos casais costumam visitá-la para celebrar o amor e até pedir a sua alma gêmea em namoro ou casamento. Uma parte da cidade é considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO, juntamente com a sua lagoa. Localizada no nordeste da Itália, é situada sobre um grupo de 117 pequenas ilhas separadas por canais e ligadas por pontes. Dedicado de todo o coração para a querida e mais do que especial Bárbara Marques, de Chapecó/SC, hoje falaremos sobre Veneza, que foi listada no nosso post anterior, sobre os lugares mais românticos do mundo. Preparados para conhecer esse lugar maravilhoso? Então vamos lá! É hora de viajar!
HISTÓRIA
O barco clássico veneziano é a gôndola, mas agora é mais utilizado por turistas, ou para casamentos, funerais ou outras cerimônias. A maioria dos venezianos agora viaja em barcos motorizados (vaporetti) que fazem viagens regulares ao longo das rotas principais dos canais da cidade e entre ilhas. A cidade também tem muitas embarcações privadas. As únicas gôndolas ainda de uso comum pelos venezianos são os Traghetti, onde os passageiros atravessam o Grande Canal em determinados momentos, sem pontes. Os visitantes podem ainda tomar os barcos-táxis entre áreas da cidade.
É um antipasto que você irá encontrar nos restaurantes ou nas osterias que servem os famosos cicchetti, ou tira-gosto. O baccalà mantecato é praticamente um creme de bacalhau para comer com a polenta ou com pedacinhos de pão, o crostino. Praticamente o bacalhau é cozido com leite e água e depois é reduzido a um patê, utilizando a água do cozimento, azeite e temperos como alho, sal e pimenta. Alguns locais oferecem o prato com ou sem alho, você pode escolher. É um dos pratos populares mais famosos e pedidos em Veneza. Importante dizer que ele não pode ser comido puro, mas sempre acompanhado de um pedacinho de pão, torrada ou polenta.
Um outro antipasto famoso da tradição culinária local. Sarde in Saor é um prato bem antigo e requer toda uma técnica de preparo. Saor, no dialeto vêneto, significa sabor e é exatamente assim que são preparadas as sardinhas. Para que adquiram sabor e textura, são colocadas em camadas alternadas com cebolas e banhadas com vinagre. Geralmente acrescentam uva passa e pinoli, mas não é uma regra. Os restaurantes têm modernizado e feito sua própria versão. É um prato frio e muito saboroso.
Muita gente torce o nariz para o fígado, mas este clássico da culinária típica veneziana é uma ótima opção para quem não gosta dos peixes e frutos do mar. Mais simples impossível, o prato é realizado com somente dois ingredientes: fígado (geralmente de vitela) e cebolas, que dão o equilíbrio entre doce e salgado. E não são cebolas quaisquer, elas devem ser de um tipo que se encontra somente na cidade de Chioggia, vizinha de Veneza. Algumas variações estão no acrescentar salsinha e vinagre.
Para nós do Brasil, este é o prato mais diferente. A tinta da lula é um líquido preto que se encontra no interior do pescado fresco e é utilizada para dar sabor aos pratos de frutos do mar. O nero di seppia geralmente acompanha spaghetti e em alguns restaurantes é servido com polenta. Não é um sabor delicado, mas também não é tão forte. É uma boa opção para quem quer experimentar um prato diferente.
No Vêneto, a polenta é um prato muito popular. Antigamente a receita era simples: farinha, água, sal, leite, manteiga, queijo ou carne. Hoje as variações são muitas: branca, amarela, dura, mole, cozida ou frita. Em Veneza você irá encontrar a polenta em muitas formas, mas uma das minhas preferidas é a polenta com schie. Uma polentinha bem mole coberta com schie, um minúsculo camarão proveniente da laguna de Veneza.
Vista aérea de Veneza |
Embora não haja nenhum registro histórico que lide diretamente com as origens de Veneza, os elementos disponíveis fizeram com que vários historiadores concordassem com a teoria de que a população original de Veneza era formada por refugiados de cidades romanas como Pádua, Aquileia, Altino e Concórdia (moderna Portogruaro), que fugiam das sucessivas invasões germânicas e hunas à Península Itálica no século V. Mais tarde, algumas fontes históricas romanas revelaram a existência de pescadores nas ilhas da lagoa de Veneza. Eles são referidos como incola lacunae (habitantes da lagoa).
Começando em 166-168, os Quados e os Marcomanos destruíram a atual Oderzo. As defesas romanas foram derrubadas no início do século V pelos Visigodos e, cerca de 50 anos depois, pelos hunos liderados por Átila. A mais duradoura invasão foi a dos lombardos em 568. A leste, o Império Bizantino estava estabelecendo domínios na região do atual Vêneto e as principais entidades administrativas e religiosas do império na Península Itálica foram transferidas para este domínio. Foram construídos novos portos, incluindo Malamoco e Torcello na lagoa de Veneza.
O domínio bizantino na Itália Central e Setentrional posteriormente foi eliminado em grande medida pela conquista do Exarcado de Ravena em 715 por Astolfo. Durante este período, a sede local do governo bizantino (a residência do "duque/doux", depois chamado de doge), foi situada em Malamoco. Em 775-776, a sede do bispado de Olivolo (Helípolis) foi criada. Durante o reinado do doge Agnello Participazio (811-827), a sede ducal foi movida de Malamoco para a ilha protegida de Rialto (de "rivoalto", isto é, costa alta).
O doge era o primeiro magistrado da República de Veneza. Os seus atributos simbólicos eram ainda reminiscências do Império Bizantino. O poder dos doges foi sempre limitado pelos venezianos, através, por exemplo, do promissio ducalis, uma carta de princípios e promessas que deviam jurar na data de entrada em funções. O texto foi fixado em 1172, quando foi eleito Enrico Dandolo, e foi alvo de alterações em 1192 e 1229. A partir deste último ano, a eleição do doge ficou submetida ao exame do Conselho dos Cinco Correctores. A partir de 1501, a promissio foi lida todos os anos ao doge em funções. Em 1646, a dogeza (a mulher do doge) foi interdita à coroação. Durante o século XVII, os membros da família do doge estavam interditos na magistratura e embaixadas venezianas.
Pintura da Praça de São Marcos em 1697, por Gaspar van Wittel (1653-1736) |
O primeiro título de doge em Veneza foi dado no século IX como dux Veneciarum ("chefe dos Venezianos"), título que se manteve durante toda a existência do cargo. Do século IX ao século XII, os doges juntaram ao título os de dux Croatorum ("chefe dos croatas"), dux Dalmatinorum (chefes dos dálmatas), totius Istriæ dominator ("soberano de toda a Ístria"), dominator Marchiæ ("soberano das Marcas"), traduzindo assim o domínio veneziano no mar Adriático. Em 1095, o epitáfio do doge Vitale Faliero de Doni proclamava-o mesmo rex et corrector legum ("rei e promulgador das leis").
Enrico Dandolo, no fim do século XII, intitulava-se dominator quarte et dimidie partis totius Imperii Romanie ("soberano de um quarto e meio de todo o Império Romano"). O título prolongou-se até 1356 e foi abandonado por Giovanni Delfino.
GEOGRAFIA E CLIMA
Veneza ocupa uma localização excepcional numa lagoa do Mar Adriático, a lagoa de Veneza. O principal núcleo da cidade, o seu centro histórico, é constituído por um conjunto de ilhas no centro da lagoa, com um total de 60.053 habitantes. A estas ilhas no centro da lagoa há que juntar outras no estuário (30.295 residentes) e também na parte continental (180.661 residentes), que com os seus 130,03 km², representam cerca 83% da área emersa do território.
A cidade está coberta por 177 canais, 400 pontes e 118 ilhas, estando localizada entre a foz do rio Ádige (a sul) e do rio Piave (a norte). O centro histórico é totalmente pedonal, atuando como canais rodoviários, bem como os diferentes barcos, que são os únicos meios de transporte na zona.
O centro histórico sempre esteve isolado de terra firme (algo que em numerosas ocasiões representou um eficiente sistema de defesa) até 1846, quando foi construída a ponte ferroviária. Em 1933, a Ponte della Libertà, com 4 km trouxe para a entrada da cidade o tráfego rodoviário, ligando Mestre à Piazzale Roma. A cidade fica a cerca de 37 km de Treviso e 40 km de Pádua.
Veneza vista do Campanário de São Marcos |
As outras principais ilhas da lagoa são: Lido, Murano, Burano e Torcello. Outras ilhas menores são São Miguel (a ilha do cemitério da cidade), Santo Erasmo, Mazzorbo, La Vignole, Certosa São Francisco do Deserto, São Giacomo em Paludo, São Servolo, São Lazzaro degli Armeni e Giudecca. O clima de Veneza, como o vale do rio Pó, tende para o regime continental, e pode ter Invernos rigorosos e Verões quentes. A chuva pode atingir o valor máximo no Verão, com tempestades.
RELIGIÃO
O culto religioso é majoritariamente católico, mas devido à imigração, há algumas pequenas comunidades cristãs ortodoxas, islâmicas, hinduístas e budistas.
Veneza é um importante centro do catolicismo na Itália. A cidade é sede do patriarcado de Veneza (em latim: Patriarchatus Venetiarum) e sede metropolitana da Igreja Católica, pertencente à região eclesiástica de Triveneto. Em 2004, contava 365.332 batizados entre 370.895 habitantes. No presente, é regida pelo Cardeal Patriarca Angelo Scola.
Basílica de São Jorge Maior |
A catedral é a Basílica de São Marcos, e a co-catedral é a Basílica de São Pedro de Castello. A lista de templos cristãos é vastíssima, citando-se apenas os mais significativos: Basílica de São Marcos; Basílica de São Pedro de Castello; Basílica de Santa Maria Gloriosa dei Frari; Basílica de Santa Maria da Saúde; Basílica de São Jorge Maior; Igreja do Redentor; Igreja de São Zacarias; Basílica de São João e São Paulo; Igreja de Santa Maria dos Milagres; Igreja da Madonna dell'Orto; Igreja de Santo Estêvão; Igreja de São Sebastião; Igreja de São Nicolau dei Mendicoli; Igreja de São Roque; Igreja de São Pantaleão e Igreja de São João em Bragora.
ECONOMIA
A economia de Veneza mudou ao longo da história. Na Idade Média e no Renascimento, a cidade foi um importante centro comercial e de negócios, uma vez que controlava um vasto império marítimo e se tornou uma cidade europeia extremamente rica, líder em assuntos políticos e econômicos. A partir do século XI até o século XV, peregrinações à Terra Santa eram oferecidas em Veneza. Outros portos, como Gênova, Pisa, Marselha, Ancona e Dubrovnik dificilmente eram capazes de fazer qualquer tipo de concorrência com o transporte bem organizado de peregrinos de Veneza.
Hotel Danieli é um dos mais luxuosos (ou o mais luxuoso) de Veneza |
O cenário mudou por volta do século XVII, quando o império comercial de Veneza foi tomado por outros países, como Portugal, e sua importância naval foi reduzida. No século XVIII, a cidade tornou-se um grande exportador agrícola e industrial. O maior complexo industrial do século XVIII era o Arsenal de Veneza e o exército italiano ainda usa o local atualmente (apesar de parte do espaço ter sido utilizado para grandes produções teatrais e culturais e espaços para a arte). Atualmente a economia de Veneza está, principalmente, baseada no turismo, na construção naval (feita principalmente nas cidades vizinhas de Mestre e Porto Marghera), nos serviços, no comércio e nas exportações industriais. A produção de cristal murano em Murano e a produção rendas em Burano também são muito importantes para a economia local.
TRANSPORTES
Veneza é mundialmente famosa pelos seus canais. A cidade foi construída sobre um arquipélago de 118 ilhas formadas por cerca de 150 canais numa lagoa rasa. As ilhas em que a cidade é construída são ligadas por cerca de 400 pontes. No velho centro, os canais servem a função de estradas, e de qualquer forma de transporte sobre a água ou a pé. No século XX, um aterro permitiu uma ligação ao continente, a construção da estação ferroviária de Venezia Santa Lucia em Veneza, uma estrada para automóveis e um estacionamento. Para além destas ligações para o continente no extremo norte da cidade, o transporte dentro da cidade continua a ser, como foi em séculos passados, inteiramente na água ou em pé. Veneza é a maior urbe da Europa com áreas livres para carros, única na Europa, permanecendo um considerável funcionamento da cidade no século XXI totalmente sem carros ou caminhões. Azienda Trasporti Consorzio Veneziano (ACTV) é o nome do sistema de transporte público em Veneza. Ele combina tanto o transporte terrestre, com ônibus e o canal de viagens, com barcos-táxis (vaporetti). No total, existem 25 rotas que ligam vários pontos na cidade.
Este é o Vaporetto |
A gôndola é o barco clássico de Veneza, muito utilizada por turistas hoje em dia |
Veneza é servida pelo recentemente reconstruído Aeroporto Internacional Marco Polo, ou Aeroporto de Veneza Marco Polo, nomeado em homenagem ao seu famoso cidadão. O aeroporto está situado no continente e foi reconstruído um pouco longe da costa, no entanto, os barcos-táxis ou os barcos da Alilaguna para Veneza servem os terminais a cada sete minutos.
Eis o Aeroporto Internacional Marco Polo, situado no continente. |
Algumas companhias do mercado, como o Aeroporto de Treviso em Treviso, a 20 km de Veneza, servem como entrada para Veneza. Alguns vôos simplesmente anunciam "Veneza", sem nomear o aeroporto, exceto no papel dos bilhetes.
CULTURA
A influência de Veneza estendeu-se naturalmente ao nível cultural ao longo da História. Exemplos disso são as telas para pintura, inventadas na cidade, inovações no fabrico do vidro, o papel dominante da Escola Veneziana na música europeia do século XVI, o grande número de impressores da cidades, ou as palavras de origem veneziana, relacionadas com a toponímia local ou características próprias da cidade, e que entraram no vocabulário de muitas línguas europeias: arsenal, ciao, gueto, gôndola, lazareto, laguna, lido, quarentena, Montenegro ou regata. O diminutivo de Veneza deu ainda lugar à designação da Venezuela, que significa "pequena Veneza".
Veneza é na atualidade uma cidade de artes por excelência, devendo a sua fama mundial à simples condição de ser uma cidade construída sobre a água, com canais em vez de ruas, e é tomada como modelo de comparação com todas as cidades com canais, como por exemplo Amsterdã (a Veneza do Norte) ou na China, onde Suzhou é dita Veneza do Oriente, ou Aveiro (A Veneza de Portugal), ou a Little Venice de Londres, assim chamada por causa dos canais. Há um estado que tem o seu nome etimologicamente ligado a Veneza: a Venezuela, assim chamada pelo navegador florentino Américo Vespucci por causa das aldeias palafitas que viu.
Esse é o Grande Canal de Veneza |
A Biblioteca Marciana é a mais importante biblioteca de Veneza e uma das maiores da Itália. Contém uma das mais ricas colecções de manuscritos do mundo, bem como obras impressas, mapas, e outros documentos que totalizam milhares de raridades. Ocupa parte dos edifícios da praça de São Marcos na piazzetta dei Leoncini, na margem do Grande Canal. Outro ponto turístico é, no sestiere de Castello, o Arsenal de Veneza, estaleiro onde eram construídos os grandes navios comerciais e de guerra da Sereníssima República.
GASTRONOMIA
Agora chegou a hora mais gostosa dessa postagem! Vamos conhecer 5 pratos típicos para se comer em Veneza. A vocação de Veneza para o comércio abriu as portas para ingredientes variados que chegavam principalmente do Oriente, como as especiarias, mas também do Mar Báltico, como o bacalhau seco. A culinária da cidade é rica de ingredientes e técnicas, concentrada principalmente nos peixes da laguna e frutos do mar. Veneza possui ainda diversas hortas em suas ilhas onde cultivam alcachofras, abóbora, chicória, entre outros. Vamos lá?
1-) Baccalà Mantecato
O Baccalà Mantecato é um antipasto. Um dos pratos mais famosos e pedidos na cidade |
2-) Sarde in Saor
O Sarde in Saor é outro antipasto tradicional de Veneza |
3-) Fegatto alla veneziana
Pra quem não curte peixe e frutos do mar, o Fegatto alla veneziana é uma opção bem saborosa |
4-) Nero di seppia com spaghetti ou polenta
Diferente esse prato, né? A tinta da lula é um líquido preto que se encontra no interior do pescado fresco e é utilizada para dar sabor aos pratos de frutos do mar. |
5-) Polenta e schie
Polenta com camarão! Hmmm, que delícia! |
Comentários
Postar um comentário