Especial Titanic parte 2 - 32 anos da redescoberta
No dia 1º de setembro de 1985, o oceanógrafo americano Robert Ballard e sua equipe de pesquisadores fizeram uma descoberta histórica. Nesse mesmo dia, há 32 anos atrás, eles encontraram nada menos do que os destroços do Titanic. Desde o naufrágio em 1912 até a descoberta do paradeiro exato dos restos do navio, passaram-se 73 anos. O problema fundamental era a extrema dificuldade de se encontrar e alcançar destroços que estão a quase quatro quilômetros da superfície em um local onde a pressão da água pode matar em menos de um segundo. Contando com um submarino robô capaz de aguentar a pressão da profundidade, Ballard e sua equipe não só encontraram o Titanic, como fizeram diversas fotos do transatlântico naufragado, além de constatarem que o navio havia se partido em dois.
A proa e a popa estão separadas por 720 metros. O Titanic fazia a sua viagem inaugural, tendo partido do porto de Southampton no dia 10 de abril de 1912. Após escalas na França e na Irlanda, o transatlântico que era tido como "inafundável" navegava rumo ao seu destino, que era Nova York, nos Estados Unidos. Mas na noite do dia 14, às 23h40, o navio chocou-se contra um iceberg e veio a naufragar na madrugada do dia 15, 2h40 o minutos depois da colisão contra o imenso bloco de gelo. Das 2.224 pessoas a bordo, apenas 710 se salvaram. Foram 1.514 mortos no total. A última sobrevivente da tragédia veio a falecer em 2009, aos 97 anos. Na época do naufrágio, Milvina Dean era apenas um bebê com poucos meses de vida.
Durante o naufrágio, o Titanic levou consigo para o fundo do mar uma fortuna em joias, pedras preciosas, ouro, obras de arte e dinheiro, num total estimado em 2 milhões de dólares. Desde a época do descobrimento dos destroços do navio, muitos desses objetos foram recuperados por expedições. A maioria deles está em um museu que conta a história do navio, em Belfast, na Irlanda do Norte, onde ele começou a ser construído.
O local preciso do afundamento foi nas coordenadas geográficas de 41°43′57″N de latitude e 49°56′49″W de longitude, a cerca de 840 km da ilha de Terra Nova, no Canadá, o ponto mais próximo. O navio, no momento do naufrágio, estava a cerca de 1783 km de seu destino final (Nova York). Os restos do navio encontravam-se a uma profundidade de 3800 m, onde a luz do sol não alcança, e a uma pressão esmagadora de 425 kg por cm², tornando o local de impossível acesso sem a utilização de um submarino. Na ocasião do descobrimento, a principal revelação foi o fato de o navio ter se partido em dois durante o naufrágio, diferentemente do que se pensava antes, a despeito dos vários depoimentos dos sobreviventes que alegaram ter visto a embarcação dividida em duas partes.
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Submarino ilumina a proa do Titanic, a parte mais bem conservada do navio mesmo depois de um século do naufrágio |
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Aqunesasi ficava a grande escadaria que levava os passageiros da 1ª classe para o luxuoso restaurante |
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Louças chinesas que naufragaram junto com o navio e foram recuperadas em 1985 |
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A popa do Titanic. Ao contrário da proa, a parte de trás do navio ficou muito danificada |
O local, ao longo do tempo, foi alvo de muitas pesquisas e análises. Muitas delas permitiram a produção das teorias a respeito das sequências do naufrágio, todas elas retratadas em compilações visuais, dentre as quais a mais premiada foi o filme estrelado em 1998. Da mesma forma, os destroços passaram a ser utilizados como ponto turístico, recebendo várias visitas. Vale lembrar que nenhum corpo humano (como o do Capitão Edward Smith e de Thomas Andrews, o principal engenheiro naval responsável pela construção do navio) jamais foi encontrado em virtude da alta salinidade, da ação de micro-organismos e do tempo decorrido da tragédia.
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Motor de controle do Titanic |
Em uma reportagem para a revista National Geographic, em 2004, um dos oceanógrafos responsáveis pela descoberta, Robert Ballard, expressou a sua insatisfação com relação às violações e desrespeitos praticados contra a memória de um episódio histórico. Atendendo a pedidos de muitos que prezavam pela conservação material e pelo respeito com o incidente ocorrido, os destroços do Titanic passaram a contar com a proteção da Unesco a partir de abril de 2012, 100 anos após o naufrágio.
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